
Vigilância, por André Luiz
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Quando Jesus ressurgiu do túmulo, a negação e a dúvida imperavam no círculo
dos companheiros.
Voltaria Ele? perguntavam, perplexos. Quase impossível. Seria Senhor da Vida
Eterna quem se entregara na cruz, expirando entre malfeitores?
Maria Madalena, porém, a renovada, vai ao sepulcro de manhãzinha. E,
maravilhosamente surpreendida, vê o Mestre, ajoelhando-se-lhe aos pés. Ouve-lhe
a voz repassada de ternura, fixa-lhe o olhar sereno e magnânimo. Entretanto,
para que a visão se lhe fizesse mais nítida, foi necessário organizar o quadro
exterior. O jardim reacendia perfumes para a sua sensibilidade feminina, a
sepultura estava aberta, compelindo-a a, raciocinar. Para que a gravação das
imagens se tornasse bem clara, lavando-lhe todas as dúvidas da imaginação, Maria
julgou a princípio que via o jardineiro. Antes da certeza, a perquirição da
mente precedendo a consolidação da fé. Embriagada de júbilo, a convertida de
Magdala transmite a boa-nova aos discípulos confundidos. Os olhos sombrios de
quase todos se enchem de novo brilho.
Outras mulheres, como Joana de Khouza e Maria, mãe de Tiago, dirigem-se,
ansiosas, para, o mesmo local, conduzindo perfumes e preces gratulatórias. Não
enxergam o Messias, mas entidades resplandecentes lhes falam do Mestre que
partiu.
Pedro e João acorrem, pressurosos, e ainda vêem a pedra removida, o sepulcro
vazio e apalpam os lençóis abandonados.
No colégio dos seguidores, travam-se polêmicas discretas.
Seria? não seria?
Contudo, Jesus, o Amigo Fiel, mostra-se aos aprendizes no caminho de Emaús, que
lhe reconhecem a presença ao partir do pão e, depois, aparece aos onze
cooperadores, num salão de Jerusalém. As portas permanecem fechadas e, no
entanto, o Senhor demora-se, junto deles, plenamente materializado. Os
discípulos estão deslumbrados, mas o olhar do Messias é melancólico. Diz-nos
João Marcos que o Mestre lançou-lhes em rosto a incredulidade e a dureza de
coração. Exorta-os a que o vejam, que o apalpem. Tomé chega a consultar-lhe as
chagas para adquirir a certeza do que observa. O Celeste Mensageiro faz-se ouvir
para todos. E, mais tarde, para que se convençam os companheiros de sua presença
e da continuidade de seu amor, segue-os, em espírito, no labor da pesca. Simão
Pedro regista-lhe carinhosas recomendações, ao lançar as rêdes, e encontra-o nas
preces solitárias da noite.
Em seguida, para que os velhos amigos se certifiquem da ressurreição,
materializa-se num monte, aparecendo a quinhentas pessoas da Galiléia.
No Pentecostes, a fim de que os homens lhe recebam o Evangelho do Reino,
organiza fenômenos luminosos e lingüísticos, valendo-se da colaboração dos
companheiros, ante judeus e romanos, partos e medas, gregos e elamitas,
cretenses e árabes. Maravilha-se o povo. Habitantes da Panfília e da Líbia, do
Egito e da Capadócia ouvem a Boa-Nova no idioma que lhes é familiar.
Decorrido algum tempo, Jesus resolve modificar o ambiente farisaico e busca
Saulo de Tarso para o seu ministério; entretanto, para isso, é compelido a
materializar-se no caminho de Damasco, à plena luz do dia. O perseguidor
implacável, para convencer-se, precisa experimentar a cegueira temporária, após
a claridade sublime; e para que Ananias, o servo leal, dissipe o temor e vá
socorrer o ex-verdugo, é imprescindível que Jesus o visite, em pessoa,
lembrando-lhe o obséquio fraternal.
Todos os companheiros, aprendizes, seguidores e beneficiários solicitaram a
cooperação dos sentidos físicos para sentir a presença do Divino Ressuscitado.
Utilizaram-se dos olhos mortais, manejaram o tato, aguçaram os olvidos...
Houve, contudo, alguém que dispensou todos os toques e associações mentais,
vozes e visões. Foi Maria, sua Divina Mãe. O Filho Bem-Amado vivia eternamente,
no infinito mundo de seu coração. Seu olhar contemplava-o, através de todas as
estrêla do Céu e encontrava-lhe o hálito perfumado em todas as flores da Terra.
A voz d’Êle vibrava em sua alma e para compreender-lhe a sobrevivência bastava
penetrar o iluminado santuário de si mesma, Seu Filho – seu amor e sua vida –
poderia, acaso, morrer? E embora a saudade angustiosa, consagrou-se à fé no
reencontro espiritual, no plano divino, sem lágrimas, sem sombras e sem
morte!...
Homens e mulheres do mundo, que haveis de afrontar, um dia, a esfinge do
sepulcro, é possível que estejais esquecidos plenamente, no dia imediato ao de
vossa partida, a caminho do Mais Além. Familiares e amigos, chamados ao
imediatismo da luta humana, passarão a desconhecer-vos, talvez, por completo.
Mas, se tiverdes um coração de mãe pulsando na Terra, regozijar-vos-eis, além da
escura fronteira de cinzas, porque aí vivereis amados e felizes para sempre!
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