Ensinar, por Espíritos Diversos
Observação Oportuna
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Amigos, saibamos receber a paz de Jesus.
Sou a vossa irmã Ana Prado, humilde servidora de nosso ideal.
Não há muitos anos, cooperei na mediunidade de efeitos físicos, na cidade de
Belém do Pará, tentando servir ao Espiritismo, não obstante minhas deficiências
e provações.
Adapto-me, porém, agora, à mediunidade de efeitos espirituais, nela encontrando
seguro caminho para a renovação com o Cristo.
Colaborei na materialização de companheiros desencarnados, na transmissão de
vozes do Além, na escrita direta e na produção de outros fenômenos, destinados a
formar robustas convicções, em torno da sobrevivência do ser, além da morte, no
entanto, ao redor da fonte de bênçãos que fluía, incessante, junto de nossos
corações deslumbrados, não cheguei a ver o despertar do sentimento para o
Cristo, único processo capaz de assegurar à nossa redentora Doutrina o triunfo
que ela merece na regeneração de nós mesmos.
No quadro dos valores psíquicos, a mediunidade de efeitos físicos é aquela que
oferece maior perigo pela facilidade com que favorece a ilusão a nosso próprio
respeito.
Recolhemos os favores do Céu como dádivas merecidas, quando não passam de
simples caridade dos Benfeitores da Vida Espiritual, condoídos de nossa
enfermidade e cegueira. E, superestimando méritos imaginários, caímos, sem
perceber, no domínio de entidades inferiores, que nos exploram a displicência.
A vaidade na excursão difícil, a que nos afeiçoamos com as nossas tarefas, é o
rochedo oculto, junto ao qual a embarcação de nossa fé mal conduzida esbarra com
os piratas da sombra, que nos assaltam o empreendimento, buscando estender o
nevoeiro do descrédito ao ideal que esposamos, valendo-se, para isso, de nosso
próprio desmazelo.
Minhas palavras, porém, não encerram qualquer censura aos gabinetes de
experimentação científica.
Seria ingratidão de nossa parte olvidar quanto devemos aos estudiosos e
cientistas que, desde o século passado, trazem a lume as mais elevadas ilações a
benefício do mundo, mobilizando médiuns e companheiros de boa-vontade.
Minha singela observação reporta-se apenas à profunda significação do serviço
evangelizador, em nosso intercâmbio, porque o sofrimento, a ignorância, a
irresponsabilidade, os problemas de toda espécie e os enigmas de todas as
procedências constituem o ambiente comum da Terra, perante o qual a mediunidade
de efeitos espirituais deve agir, renovando o sentimento e abordando o coração,
para que o raciocínio não pervague ocioso e inútil, à mercê dos aventureiros das
trevas que tantas vezes inventam dificuldades para os veneráveis supervisores de
nossas realizações.
Favoreçamos, sim, o desenvolvimento da mediunidade de efeitos físicos, onde
surja espontânea, nos variados setores de nosso movimento, contudo, amparando-a
com absoluto respeito e cercando-a de consciências sinceras para consigo
próprias, a fim de que experimentadores e instrumentos medianímicos não sucumbam
aos choques da sombra.
Quanto a nós, prossigamos em nosso esforço persistente ao lado do pauperismo e
da aflição, da dor e da luta expiatória que exigem da mediunidade de efeitos
espirituais os melhores testemunhos de amor fraterno.
Recordemo-nos de Jesus, o intérprete de nosso Pai Celestial, que em seu
apostolado divino reduziu, quanto possível, os fenômenos físicos ante a miopia
crônica das criaturas, e aumentou, sempre mais, as demonstrações de socorro à
alma humana, necessitada de luz.
Lembremos o Grande Mestre do «Vinde a mim, vós os que sofreis!...» e,
colocando-nos a serviço do próximo, esperemos que a curiosidade terrestre
acumule méritos adequados para atrair a assistência construtiva de Mais Alto,
porque somente pela pesquisa com trabalho digno e pela ciência enriquecida de
boa consciência é que a mediunidade de efeitos físicos se coroará, na Terra, com
o brilho que todos lhe desejamos.
Por: Ana Prado, Do livro: Instruções Psicofônicas. Médium: Francisco Cândido Xavier
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