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Repete-se, anualmente, o comportamento de que o ano novo deve atender a todos os desejos que não foram realizados naquele que se está extinguindo.

Trata-se de um velho mecanismo do ego a fim de transferir para mais tarde tudo quanto a preguiça física e mental não conseguiu realizar no momento adequado, como se, posteriormente, as condições se apresentassem melhores do que as atuais.

Esse mau comportamento traz o prejuízo de acumular deveres não cumpridos, o que se transforma em um problema de produtividade moral e espiritual.

O ser humano é o clímax da evolução antropológica, no entanto, não se trata da etapa final do processo de crescimento para Deus, que nos concede o infinito de aquisições para a autoiluminação.

Toda atividade transferida é um nó a ser desatado depois com menores possibilidades de o fazer, porquanto é o próprio indivíduo quem embaraça as excelentes chances de desenvolvimento ético-moral. Por isso, o maravilhoso mecanismo das reencarnações propicia a realização do equilíbrio que foi desmantelado pela nossa negligência.

O novo ano trará os mesmos dias com as próprias exigências, algumas delas graves, necessárias, no entanto, à renovação do ser humano.

A todos nos cabe o dever de aproveitar saudavelmente as maravilhosas concessões da existência, de modo que a transformemos em um Evangelho de feitos em homenagem Àquele que nos facultou entender o mecanismo da imortalidade, que é o momento mais maravilhoso do existir.

Fosse a vida apenas o processo biológico, sem significação seriam os dois bilhões e duzentos milhões de anos que a Natureza gastou aprimorando as moléculas submarinas e produzindo o ser humano, esse desbravador do Universo.

Ao terminar este ciclo existencial, cabe-nos realizar um balanço daquilo que fizemos e programarmos automaticamente as realizações que exigem emergência, facultando-nos os avanços que a tecnologia nos vem proporcionando, mas, ao mesmo tempo, realizar a grande vertical de natureza moral, especialmente nos relacionamentos humanos.

Somos a família universal avançando para a plena felicidade que, por enquanto, ainda não temos uma ideia perfeita de como é e de como produzi-la em nosso caminho.

Amar, eis a base; servir, como caminho existencial; e perdoar, a fim de não colocar obstáculos pelo caminho.

São fáceis propostas das doutrinas psicológicas no comportamento terapêutico, para curar todas as doenças da alma e oferecer voos para mais altas conquistas.

Realizando esse esforço fraternal de evolução moral, podemos, sim, propor ao próximo um feliz Ano Novo, em cujos votos nos incluamos sem qualquer receio, porque encontramos o decantado e clássico elixir de longa vida.


Por: Divaldo Franco, Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 30 de dezembro de 2021. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=701


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