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Ante a suposta rebeldia dos nossos irmãos incrédulos, tolera com paciência a rudeza que,porventura, extravasem, sem vergastá-los com proposições e argumentos que talvez, por agora, não consigam aceitar ou compreender.

Reflete na extensão do sofrimento que, em maioria, nós, os espíritos desencarnados e encarnados, em evolução na Terra, temos colocado na atmosfera do planeta e, se já alcançaste a viva nas Leis de Deus, compadece-te.

Eles desejariam aceitar a sobrevivência da alma, além do Plano Físico; no entanto, sem entender ainda o conteúdo de misericórdia com que a morte lhes subtraiu os entes amados, estiraram-se em desespero.

Ansiavam confiar na vitória definitiva da bondade humana, mas ainda distantes dos conhecimentos alusivos à reencarnação, presenciaram quadros selvagens de delinqüência e jazem quebrados de angústia, ignorando que os empreiteiros do desequilíbrio e da crueldade estão algemados às conseqüências dos atos infelizes, forjados por eles mesmos.

Aspirariam a admitir a existência de mundos inumeráveis em faixas outras do Universo;entretanto, ainda longe de perceberem a vida sublimada em germinação neles próprios, agarram-se às impressões do cérebro condicionado em que lhes cabe servir e não conseguem registrar a presença do espírito e da matéria em ondas de energia que lhes fogem ao critério de observação e ciência.

Quereriam crer na alma independente do corpo; no entanto, ainda inabilitados a reconhecer que o espírito reencarnado usa o próprio envoltório, à feição do musicista com o violino em que se expressa e, enxergando o corpo na enfermidade ou na velhice, qual violino estragado ou sem cordas, espantam-se com a melodia desafinada ou com a ausência da melodia, quando o artista não mais consegue controlar o seu próprio instrumento ou utilizá-lo devidamente.

Diante dos nossos irmãos incrédulos, não lhes retires o direito de duvidar e sofrer. São companheiros que resvalaram na sombra, muitas vezes por pesadelos sinistros e, por isso mesmo, despojados de equilíbrio e esperança.

Não lhes fujas à dor.

Recordando o samaritano da parábola, quando os encontrares, desce da alimária que simbolizamos em nosso reconforto íntimo, unge-lhes as feridas com o bálsamo da oração e ajuda-os a se acomodarem, tanto quanto possível, na hospedaria do tempo.

E, fazendo por eles a tua parte de amor, segue adiante, ao encontro das tarefas que te esperam presença e trabalho em teu próprio caminho, conservando a certeza de que Deus, cuja Infinita Bondade zela por todos nós, saberá o melhor modo de auxiliar e socorrer com eficiência e segurança a cada um.


Por: Emmanuel, Do livro: Caminhos de Volta. Médium: Francisco Cândido Xavier


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