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Muitas famílias moravam nos arrabaldes daquela cidade grande. As crianças ficavam nos Centros de Educação Infantil e nas escolas, enquanto as mães saíam para suas atividades profissionais.

Dessa forma, os pequenos tinham asseguradas as suas refeições nos ambientes de estudo. E as mães, nas casas ou empresas em que trabalhavam.

No entanto, uma pandemia criou um quadro complicador.

As crianças não poderiam mais ir à escola a fim de não contraírem o vírus mortal que atacava a todos.

As mães, de igual forma, tiveram restringidos seus acessos aos locais de trabalho.

As crianças, ingênuas e carentes da presença materna, receberam a notícia com entusiasmo. Afinal, agora poderiam ficar em casa, junto delas, o dia todo.

Prevendo os dias vindouros sem proventos, com o coração oprimido responderam elas: Sim meu anjo, ficaremos juntinhas.

Lágrimas, sem pedir licença, desceram pelos seus olhos.

Passados alguns dias a situação desses lares denunciava a penúria.

Três meses transcorridos e a situação havia piorado muito mais do que o esperado.

Houve quem perdeu a moradia, o teto, o abrigo. O alimento se fez escasso até desaparecer.

Foi nesse momento que um verdadeiro milagre aconteceu. As almas que haviam aprendido a olhar à sua volta, se conscientizaram da situação do seu próximo.

E, a sós, ou em grupos, começaram a assistir da forma que lhes era possível.

O agricultor ofereceu seus produtos, o mercado fez campanha, a sociedade aderiu.

Mesmo quem achava que não tinha como contribuir, descobriu que poderia oferecer a sua pequena cota.

Motoristas se dispuseram a alcançar os necessitados, conduzindo pessoas e doações.

E as dificuldades foram sendo amenizadas.

É assim que o amor de Deus atua na Terra, junto aos que padecem: através dos nossos braços, dos nossos corações e disposição.

Por isso a grande campanha, neste período de provas maiores, deve ser no sentido de que deixemos agir em nós a compaixão.

Essa virtude das mais humanas, pois que nos permite sentir com o sofredor.

Quando nos compadecemos profundamente, não nos sentimos aliviados sem prestar o socorro necessário.

Aliada à solidariedade, a compaixão nos convida a irmos ao encontro do outro, levando-lhe o alimento, o agasalho e nosso carinho.

Talvez não possamos fazer muito mas, se cada um de nós se dispuser a auxiliar, que grande diferença teremos no panorama das necessidades.

De todo modo, se nada material dispusermos para oferecer, não nos esqueçamos do amor, que pode se traduzir em palavras de esperança, um aceno, um sorriso.

Até mesmo, recordando a atitude do Apóstolo Pedro ao pedinte à porta do templo, dizermos: Desculpe, nada tenho que te possa oferecer!

Mas, o que tenho te dou: meu desejo de paz, de bom ânimo. Deus te fortaleça.

E poderemos envolver em nossas preces aquele ser sofredor, rogando ao Pai Celeste que o amparo lhe chegue, sem mais tardança.

Apiedemo-nos do próximo. Não nos permitamos a insensibilidade em circunstância alguma, considerando que nós mesmos necessitamos intensamente da compaixão divina.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=6406&stat=0


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