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Muita gente já viu o belo e famoso filme britânico/americano O Gladiador, que estreou no Brasil em 19 de maio de 2.000. Diga-se, de passagem, que a música tema é inesquecível.

Todos nós nos lembramos da sinopse: Maximus é um poderoso general romano, amado pelo povo e pelo imperador Marcus Aurelius. Antes de sua morte, o Imperador desperta a ira de seu filho Commodus ao tornar pública a sua predileção em deixar o trono para Maximus. Sedento pelo poder, Commodus mata seu pai, assume a coroa e ordena a morte de Maximus, que consegue fugir antes de ser pego, e passa a se esconder como um escravo e gladiador enquanto vai atrás de vingança.

Vi o filme pela terceira vez. Incrível como a produção consegue retratar as mediocridades humanas, muito atuais e presentes no cotidiano humano, também no Brasil. Parece um retrato vivo das circunstâncias que nos caracterizam o comportamento humano, onde as marcas ainda são do egoísmo, da vaidade, da ambição desmedida, da ânsia de poder e das tão conhecidas e lamentáveis manipulações de bastidores, presentes em todos os segmentos humanos. Estrelando o premiado Russel Crowe e grande elenco, com direção de Ridley Scott, é aqueles filmes para periodicamente ver de novo.

Ver o filme com os olhos comparativos das ações humanas, ainda repletas de mazelas morais, faz conexão imediata com o fenômeno da fascinação, um dos tipos de obsessão.

A obsessão, como se sabe, em resumo superficial, é a ação maléfica de um ou mais espíritos sobre uma pessoa ou grupo, causando perturbações variadas. Também pode ocorrer entre os próprios espíritos e mesmo entre os que ainda estão encarnados. Um bom exemplo disso, entre os que estão encarnados, são os assédios variados, muitos deles hoje já punidos por lei. E igualmente pode ocorrer com origem entre os encarnados, prejudicando um espírito já no plano espiritual.

A fascinação, por sua vez, é uma modalidade de obsessão mais grave, caracterizada especialmente pela perda de discernimento, como se fosse uma cegueira ou incapacidade de enxergar os ridículos ou incoerências a que se entrega uma pessoa ou grupo. É o prejuízo do bom senso, a pessoa ou grupo fascinado, perde a lucidez, não consegue perceber a incoerência a que se entrega, afastando-se de quem pode auxiliar, considerando-se como portador da verdade e especialmente achando-se o único capaz, o escolhido, ou preferido. Pode ocorrer por iniciativa de espíritos vingativos ou perturbadores ou mesmo no relacionamento humano comum.

O filme mostra isso na ambição do Imperador Commodus, que ávido do poder e da manipulação generalizada, torna-se homicida do próprio pai e lança-se a severa perseguição, por ciúme (que não deixa também de ser uma espécie de fascinação), ao valoroso general Máximus, além de chantagear com a própria irmã e o sobrinho, com ameaças generalizadas ao poder constituído de sua época.

O mais interessante é que os grandes acionadores da fascinação são o orgulho e a vaidade, nem sempre de origem obsessiva, mas muitas vezes oriundos de nós mesmos, e amplamente explorados pelos espíritos obsessores, pois que tais comportamentos escancaram nossas defesas espirituais. Tais mazelas podem ser comparadas a verdadeiras vendas nos olhos, não nos deixam enxergar o óbvio.

Você pode atribuir o comportamento do personagem a uma sedução que se permitiu entregar, dada a existência de muita ambição dentro de si, agravada pelo ciúme, pela manipulação generalizada, na avidez de poder ou nos planejamentos homicidas. Não é necessário incluir a influência espiritual no caso, como no caso em análise – ainda que em obra de ficção, com adaptações para o cinema –, ou levantar a tese'>hipótese de obsessão vinda dos espíritos, o que também não se descarta. Note-se que nos cenários da atualidade, ambos os casos (com ou sem ação obsessiva) podem ser refletidos.

Para aprofundar o assunto, sugerimos aos leitores leitura e estudo dos itens indicados:

1 – Item 239 – fascinação – capítulo XXIII – Da Obsessão – segunda parte de O Livro dos Médiuns;

2 – Item 10 – Os falsos profetas da erraticidade – capítulo XXI – Haverá falsos cristos e falsos profetas – de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Mas, também sugerimos: veja ou reveja o filme!


Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor para publicação em nosso site


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