Ensinar, por Espíritos Diversos
Mártires Cristãos
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Os espíritas mais veteranos, habituados à leitura, possivelmente conhecem a
grandiosa coleção dos romances históricos produzida por Emmanuel, por meio de
Chico Xavier. Todos são belíssimos, repletos de espiritualidade, com muitos
exemplos e ensinos. São livros para serem lidos diversas vezes no decorrer das
décadas, dado os preciosos conteúdos.
Mesmo para quem já os leu, é sempre bom ler e consultar continuamente, pois os
ensinos se atualizam naturalmente com a realidade que vamos vivendo e
enfrentando, apresentando-se como verdadeiras orientações de vida e
comportamento nos desafios inevitáveis.
Para a geração mais nova de espíritas, tanto de idade quanto de aproximação com
o pensamento espírita, tais indicações não podem ser esquecidas. Muita gente que
hoje está nos centros espíritas não conhece essas obras. Justamente porque são
obras com décadas de lançamento e muitas vezes esquecidas pelos dirigentes e
palestrantes, que precisamos sempre as realçar para criar a motivação de procura
e benefícios que daí serão colhidos.
Vamos nos valer de único exemplo na presente abordagem. Está no livro Há 2.000
anos, o primeiro da Série e prefaciado em 1939, mesmo ano da publicação.
Buscamos o capítulo VI, da segunda parte: Alvoradas do Reino do Senhor.
O maravilhoso capítulo descreve a morte da personagem Lívia – esposa do Senador
Públio Lêntulo – que, em circunstância que o leitor vai recordar-se ou conhecer,
foi fisicamente destroçada pelos leões famintos, junto com outros mártires
cristãos. O autor inicia o capítulo relatando o episódio doloroso e comovedor
desse sacrifício, para em seguida também trazer o impacto da surpresa e da
constatação do Espírito Lívia sobre tudo que já houvera aprendido sobre a
imortalidade e o Reino do Senhor, que é amparada pelo Espírito Simeão, vendo
igualmente os companheiros de cela também serem amparados, na sequência do
sangrento desprendimento do corpo físico. A leveza dos corpos espirituais é
relatada com os detalhes das constatações visuais e ambientais e das sensações
interiores experimentadas.
Aquele grupo é levado para os planos superiores e depois de alguns dias
recepcionado pelo próprio Jesus, saudando aqueles dedicados servidores, que
souberam impor a si mesmos o silêncio da resignação e da fé autêntica que
aprenderam a construir e manter, mesmo diante da agressividade que sofriam.
Não bastasse a beleza da narrativa, as palavras de Jesus são também ali
transcritas, embora o autor confessa de público: “(...) De modo algum se poderia
traduzir fielmente, na Terra, a beleza nova da sua palavra eterna, substância de
todo o amor, de toda a verdade e de toda a vida, mas constitui para nós um
dever, neste escorço, lembrar a sua ilimitada sabedoria, ousando reproduzir,
imperfeitamente e de leve, a essência de sua lição divina naquele momento
inesquecível. (...)”
Nosso desejo, pois, é sensibilizar o leitor que leia ou releia o precioso
capítulo. As palavras do Mestre, apresentada a ressalva do autor espiritual como
acima transcrita, traduz toda sabedoria e bondade daquele que é a Luz do Mundo.
E o mais impressionante é que a fala reproduz os dias atuais, como se para hoje
fossem ditas. Ali está o desenho das realidades complexas dos dias atuais,
inclusive com as guerras e todo o cenário de agressividade ainda reinante no
planeta. É como se fosse uma previsão ou uma profecia alertando para os dias do
futuro, que hoje enfrentamos.
Mas não com pessimismo e sim com a esperança que o Evangelho traduz para todos.
Embora o cenário difícil e complexo, nota-se o intenso trabalho em favor da
Humanidade, movido por um verdadeiro exercido de trabalhadores do bem, que
compreendem o estágio evolutivo dos habitantes do planeta e tudo fazem para nos
amparar. Já temos a orientação, faltando-nos coloca-las devidamente em prática.
Em essência o capítulo aborda a esperança dos dias do futuro, quando já libertos
dos preconceitos e mazelas morais, saberemos agir com mais discernimento e
bondade, amparados que estamos todos pela luz que não cessa de jorrar em nosso
favor.
O capítulo culmina com a visita de Lívia ao seu amado Públio. Este deixou-se
seduzir pelo orgulho e vaidade, perdendo-se em caminhos que lhe custariam mais
tarde muitos sacrifícios. Ela sempre o amparando, contudo. Apesar do desprezo
sofrido, vindo do próprio marido, dos sofrimentos e aflições que enfrentou,
soube optar pelo jugo leve, sem aderir à revolta, à reclamação ou à
agressividade. Entregou-se, resignada, vencendo a si mesma. Por isso, merecedora
plena, das glórias e alegrias que soube colher e receber nas emoções que lhe
eram próprias. O texto é comovedor, lindo e altamente inspirador para todos nós,
nesse momento complexo da história.
Em determinado momento da narrativa, a personagem afirma: “(...) as agonias
terrestres são um preço misérrimo para estas recompensas radiosas e imortais!…
Se todos os homens tivessem conhecimento direto de semelhantes venturas, não
possuiriam outra preocupação além da de buscar o glorioso Reino de Deus e de sua
justiça. (...)”.
Meu desejo sincero aqui, como compilador e acanhado comentarista de tão
extraordinário conteúdo, é sensibilizá-lo, leitor, para buscar seu exemplar para
ler ou reler o precioso capítulo.
Caso não o tenha, tenho aqui o link para vê-lo na íntegra, disponível
virtualmente:
http://bibliadocaminho.com/ocaminho/txavieriano/livros/Ha/HaP2C06.htm
Caso você esteja lendo isso em publicação impressa, pesquise da seguinte forma:
Livro Há dois mil anos – Emmanuel – 2ª, parte, capítulo 6
O texto é verdadeiro abastecimento de coragem, esperança, alegria, gratidão, fé.
E o que mais surpreende, repito, é sua atualidade quanto às realidades do mundo
e os cuidados das leis divinas para conosco.
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor para publicação em nosso site
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