Ensinar, por Espíritos Diversos
Promessas
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A comunidade espírita estava em grande agitação na campanha financeira para a
construção de um lactário.
E ao dissertar sobre a caridade, Isauro Borges falou, veemente:
– Meus amigos, em matéria de assistência, mais vale um pão cedido de
boa-vontade, que as promessas de milhões...
Ao sair do templo espírita, foi procurado por Licínio Gonzaga, companheiro da
atividade espírita, que observou, calmo :
– Borges, gostei de sua palestra, mas não concordo com a sua maneira de encarar
a questão. Dar migalhas é dar esmolas...
– E que nos sugere então? – respondeu o interpelado. – Não podemos esquecer que
a obra do bem é serviço de todos.
Gonzaga piscou um olho e disse :
– Não estou dormindo no ponto.
E contou que encontrara, hospitalizado, grande fazendeiro que adoecera de
repente, no Rio, e pelo qual passara a se responsabilizar financeiramente, até
que a família lhe viesse ao encontro, e esse novo amigo, ao que lhe parecia, era
o homem providencial.
Convidado a vê-lo, Borges compareceu no dia seguinte à casa de saúde, e o
coronel Custódio Augusto de Souza, tal era o seu nome, conversou, animado,
dizendo possuir grande sítio ao pé da Serra do Caparaó, no Espírito Santo, e
larga faixa de terra na Baixada Fluminense, e que pretendia cooperar na campanha
do lactário, com seiscentos mil cruzeiros.
Licínio mostrava olhos fulgurantes, e várias vezes os dois amigos visitaram o
enfermo, fazendo planos.
Daí a uma semana, voltaram ao hospital com os demais elementos da diretoria para
tratarem da doação.
Contudo, desapontados, souberam que o doente, que usava nome suposto, estava com
vários processos em andamento na polícia, e, desde a véspera, fora transferido
para a cadeia...
Por: Hilário Silva, Do livro: Almas em Desfile. Médium: Francisco Cândido Xavier
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