Ensinar, por Espíritos Diversos
Pobreza
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Normalmente, a referência à palavra pobreza significa ausência de recursos de
toda natureza, conduzindo o indivíduo à miséria.
Do ponto de vista histórico sempre houve pessoas pobres, como sociedades muito
necessitadas no seu conjunto, arrastando carências de toda ordem, especialmente
a falta de valores amoedados e quaisquer outros que possam proporcionar conforto
e bem-estar.
Além da situação deplorável pela falta do que pode manter a vida digna,
sustentável, é também fonte de situações abomináveis.
O nada ou quase nada ter é resultado de injustiças sociais e egotismo de
reduzida minoria de criaturas que se apoderam de tudo, em detrimento de posses
mais ou menos favoráveis ao crescimento espiritual e moral.
Essa situação conduz à posição de indignidade espiritual, por facultar a
ausência moral de ideais superiores e de ânsias que dignificam o ser humano.
Nesses covis da miséria, onde a fome se aloja e o desespero faz morada, os
crimes mais perversos são urdidos e praticados.
Numa visita que Jesus realizou a um homem fariseu rico, que o convidara a uma
refeição em sua casa, foi homenageado por uma desconhecida que lhe umedecia os
pés com raro perfume, enquanto enxugava-os com os seus cabelos.
Precipitado e ambicioso, Judas achou a cena um desperdício e reclamou que aquele
perfume poderia ser vendido e o seu fruto distribuído com os pobres.
Jesus, que sempre estava em vigília, sem censura, respondeu-lhe: Os pobres
sempre os tereis, mas a mim, não!
O anfitrião não teve para com Ele nenhuma das obrigações recomendadas quando da
recepção de um convidado: oferecer água e toalha para ablução, dar um ósculo na
face. Mas a mulher estranha ofertava-lhe beijo nos pés lavados também por suas
lágrimas...
Aquele fariseu hipócrita que desejava ser homenageado recebendo no seu lar a
figura ímpar do Mestre, fazia parte de uma classe perigosa e infeliz de pobreza,
que é a de natureza moral. Ele se houvera reportado a esse gênero humano, quando
expôs no Sermão da Montanha que seriam bem-aventurados os pobres de amor, de
solidariedade, de compaixão... Espíritos ricos de tesouros morais.
A sociedade contemporânea encontra-se rica de técnicas e conquistas exteriores,
falando sobre a igualdade dos bens de todos os seres humanos, no entanto, jamais
abdica dos recursos que lhes produzem o poder, mediante os mecanismos da
corrupção, dos vícios e dos meios lamentáveis de dominação arbitrária.
Faz-se indispensável que o pensamento hodierno contemple os legítimos valores
que enriquecem, mediante o amor, a fraternidade e a justiça.
Nunca houve tanta injustiça no mundo, como hoje.
Merece, no entanto, recordar, que somente os justos herdarão o Reino de Deus.
Por: Divaldo Franco, Artigo publicado no Jornal A Tarde, coluna Opinião, de 21.10.2021. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=696
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