Ensinar, por Espíritos Diversos
Em Marcha
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No encerramento das nossas atividades, na noite de 22 de julho de 1954, fomos
brindados com a presença do Espírito do Doutor Geminiano Brazil de Oliveira
Góis, notável e digno advogado e político sergipano, desencarnado no Rio de
Janeiro, em 1904, que, em se consagrando ao Espiritismo, testemunhou a sua fé
sem hesitações, transformando-se em valoroso lidador do Cristo, a serviço da
Humanidade. A mensagem psicofônica que nos deixou é uma bela advertência aos
espíritos encarnados, notadamente a nós, os espiritistas, convidando-nos a
considerar o valor do tempo em nossa romagem terrena, para que nos situemos em
melhores condições no Plano Espiritual.
É justo não esquecermos que ainda somos seres em crescimento evolutivo, para
retirarmos do tempo os valores e as vantagens imprescindíveis à nossa ascensão.
A romagem no campo físico é a vida espiritual noutro modo de ser, tanto quanto a
luta, aquém da morte, é a continuação do aprendizado terrestre numa expressão
diferente.
Analisando a imensidade infinita dos mundos, agrupamo-nos na Terra em singela
faixa vibratória, assim como determinada coletividade de pássaros da mesma
condição se congregam num trecho de floresta, ou como certa família de rãs, a
reunir-se no fundo do mesmo poço.
Condicionados pelo nosso progresso reduzido, não assinalamos da gloriosa vida
que nos cerca senão ínfima parte, adstritos que nos achamos às estreitas
percepções do padrão sensorial que nos é próprio.
Com o corpo de carne, somos tarefeiros do mundo, matriculados na escola da
experiência predominantemente objetiva, desfrutando um instrumento precioso,
qual seja o veículo denso, em que o cérebro, com todos os implementos das redes
nervosas, pode ser comparado a um aparelho radiofônico de emissão e recepção,
funcionando no tipo de onda inferior ou superior a que nos ajustamos, e em que
os olhos, os ouvidos, a língua, as mãos e os pés representam acessórios de
trabalho, subordinados ao comando da mente.
Além da morte, sem o vaso carnal, ainda somos tarefeiros do mundo, fichados no
educandário da experiência predominantemente subjetiva, registrando os
resultados das ações boas ou más, que nos decidimos a mentalizar e estender.
Aprisionando-nos à carne ou libertando-nos dela, nascendo, morrendo, ressurgindo
ao esplendor da imortalidade ou reaparecendo na sombra do Planeta, segundo a
conceituação humana, vivemos em marcha incessante para os arquétipos que a
Eternidade nos traçou e que nos cabe atingir.
Vós, que tendes encontrado em nossa companhia tantos problemas dolorosos de
fixação mental nos Espíritos conturbados e sofredores, considerai conosco a
importância do dia que foge.
Temos da vida tão-somente aquilo que recolhemos das horas.
O tempo é a sublimação do santo, a beleza do herói, a grandeza do sábio, a
crueldade do malfeitor, a angústia do penitente e a provação do companheiro que
preferiu acomodar-se com as trevas.
Dele surgem o céu para o coração feliz do bom trabalhador e o inferno para a
consciência intranqüila do servidor infiel.
Façamos de nossa tarefa, qualquer que ela seja, um cântico de louvor ao
trabalho, à fraternidade e ao estudo.
Sirvamos, amemos e aprendamos!
Dilatemos o horizonte de nossa compreensão, arejando nossas almas e filtrando
apenas a luz para que a luz nos favoreça.
E quanto a vós, em particular, vós que ainda detendes a valiosa oportunidade de
contacto com o indumento físico, evitai, ainda hoje, a ingestão do mal, para não
digerirdes lodo e fel amanhã.
Por: Geminiano Brazil, Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier
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