
Vigilância, por André Luiz
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A morte é um tema evitado e, de certa forma, ainda ignorado por nossa
sociedade.
É como se fosse uma enfermidade que deve ser combatida. O fato, porém, é que a
morte é inevitável.
Todos nós morreremos um dia. É apenas uma questão de tempo. Ela faz parte da
existência do homem, do seu crescimento e do seu desenvolvimento tanto quanto o
nascimento.
É uma das poucas coisas a respeito da qual temos certeza. Crianças, jovens,
adultos e velhos - todos vamos morrer.
Por isso mesmo, é importante que comecemos a olhar para a morte de forma
diferente. Ela não é um inimigo a ser vencido, nem a prisão de onde devemos
escapar.
O fato de morrer jovem ou velho é menos importante do que o de ter vivido
intensamente os anos que se teve.
Uma pessoa pode viver mais em dezoito anos do que outra em oitenta. Porque viver
não significa simplesmente acumular experiências e aprendizados.
O essencial é viver cada dia como se fosse único. Encontrar um sentido de paz e
força que combata as decepções e dores da vida.
Ao mesmo tempo, é se esforçar por descobrir coisas que aumentem e alimentem as
delícias da vida.
Uma sugestão: aprender a se concentrar em algumas coisas que normalmente
ignoramos. Por exemplo, observar e se alegrar com o desabrochar das flores;
admirar a beleza do sol ao nascer cada manhã e ao se pôr todas as tardes.
Consolar-se com um sorriso ou um gesto de outra pessoa. Observar, com surpresa,
o crescimento de uma criança. Perceber sua maneira entusiasmada, descomplicada
e, ao mesmo tempo, confiante, em relação à vida. Numa palavra, viver.
Alegrar-se com a oportunidade de experimentar cada novo dia é preparar-se para a
aceitação da morte.
Aqueles que não viveram realmente, os que deixaram projetos inacabados, sonhos
irrealizados, esperanças desfeitas, aqueles que deixaram as coisas verdadeiras
da vida passar por eles, são os que não desejam morrer.
Mas nunca é tarde demais para começar a viver e a crescer.
Conan Doyle, o conhecido criador do personagem Sherlock Holmes, aos setenta anos
escreveu uma carta, mais ou menos assim:
Meu amigo! Espero que o meu modo de falar não seja demasiado íntimo.
Talvez o que eu tenho a te dizer te pareça sem valor, e o ponhas de lado. Neste
caso, nenhum mal haverá.
Por outro lado, poderá ser uma bússola que te guie por uma nova senda que em
todas as idades é importante.
Vamos encarar as coisas frente a frente. Nós estamos para morrer - tu e eu.
Apesar de tudo, não temos razão de encarar a morte como objeto de pavor, mas
antes como um ponto vitorioso que é a culminância dos nossos esforços e o começo
do nosso bem-estar.
A morte não é uma porta que se fecha para a vida, mas uma porta que se abre para
a eternidade, e a eternidade é o próprio Espírito.
A morte é apenas uma transição entre uma existência e outra, da vida que
prossegue, vasta, exuberante, pulsante.
Alguns dizem que não se sabe o que se encontrará para além da fronteira da
morte. Em verdade, exatamente aquilo que semeamos na vida terrena: os amores, as
afeições, a grandeza moral.
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