Ensinar, por Espíritos Diversos
Mortos Voluntários
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Condicionou-se a mente humana, de maneira geral, a crer que a madureza
orgânica é antecâmara da inutilidade e eis muita gente a se demitir,
indebitamente, do dever que a vida lhe delegou.
Inúmeros companheiros, porque hajam alcançado aposentadoria profissional ou pelo
motivo de abraçarem garotos que lhes descendem do sangue, dizem-se no paralelo
final da carreira física.
Esquecem-se de que o fruto amadurecido é a garantia de toda a renovação da
espécie, e rojam-se prostrados, à soleira da inércia, proclamando-se
desalentados.
Falam do crepúsculo, como se não contassem com a manhã seguinte.
Começam qualquer comentário em torno dos temas palpitantes do presente, pela
frase clássica: "no meu tempo não era assim".
Enquanto isso, a vida, ao redor, é desafio incessante ao progresso e à
transformação, chamando-os ao rejuvenescimento.
Filhos lhes reclamam orientação sadia, netos lhes solicitam calor da alma,
amigos lhes pedem o concurso da experiência e os irmãos da Humanidade contam com
eles para novas jornadas evolutivas.
Bastará pensar, porém, que as crianças e os jovens não acertam o passo sem os
mentores adestrados na experiência, peritos em discernimento e trabalho, para
que não menosprezem a função que lhes cabe.
Nada de esquecer que o Espírito reencarna, atravessando as faces difíceis da
infância e da juventude para alcançar a maioridade fisiológica e começar a
viver, do ponto de vista da responsabilidade individual.
Quanto empeço vencido e quanta ilusão atravessada para consolidar uma
reencarnação, longe das praias estreitas do berço e da meninice, a fim de que o
Espírito, viajor da eternidade, alcance o alto mar da experiência terrestre!
Entretanto, grande número de felizardos que chegam ao período áureo da reflexão,
com todas as possibilidades de serviço criador, estacam em suposta incapacidade,
batendo à porta do desencanto como quem se compraz na volúpia da compaixão por
si mesmos.
Trabalhemos por exterminar a praga do desânimo nos corações que atingiram a
quadra preciosa da prudência e da compreensão.
Vida é chama eterna. Todo o dia é tempo de inventar, clarear e prosseguir.
Os companheiros experientes no esforço terrestre constituem a vanguarda dos que
renascem no Planeta e não a chamada “velha guarda” que a rabugice de muitos
imaginou para deprimir a melhor época da criatura reencarnada na Terra.
Desencarnação é libertação da alma, morte é outra coisa. Morte constitui
cessação da vida, apodrecimento, bolor.
Os que desanimam de lutar e trabalhar, renovar e evoluir são os que
verdadeiramente morrem, conquanto vivos, convertendo-se em múmias de negação e
preguiça, e, ainda que a desencarnação passe, transfiguradora, por eles,
prosseguem inativos na condição de mortos voluntários que recusam a viver.
Acompanhemos a marcha do Sol, que diariamente cria, transforma, experimenta,
embeleza.
Renovemo-nos.
Por: André Luiz, Do livro: Estude e Viva, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
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