Ensinar, por Espíritos Diversos
Os Ricos e o Reino
A+ | A- | Imprimir | Ouça a MSG | Ant | Post
A condenação de Jesus aos ricos, tão clara no Evangelho de
Lucas, não se refere à fortuna em si, mas ao apego à fortuna. Se Jesus
considerasse o dinheiro como maldição não diria ao moço rico que o distribuísse
aos pobres. A riqueza individual e familiar é uma forma de acumulação com vistas
ao futuro da coletividade. Kardec examinou suficientemente esse problema e
deixou evidente o papel social da riqueza. Mas justamente por isso ela se torna,
como dizem constantemente os espíritos, uma das provas mais perigosas para o
espírito encarnado.
Podemos compará-la à saúde. O homem são e forte em geral se embriaga com a sua
condição e se afasta dos problemas do espírito. Esquece o que é e que terão de
voltar ao plano espiritual. A prova da saúde é tão perigosa como a da fortuna.
Mas ambas têm por finalidade adestrar o espírito na luta com as ilusões, com as
fascinações da vida. É nessa luta que o espírito desenvolve os seus poderes
internos, a sua capacidade de superar a matéria, de dominá-la como o nadador
domina a água.
A parábola do jovem rico põe a nu a situação do espírito diante da prova. O
jovem queria a salvação e procurava seguir os preceitos da lei para atingi-la.
Sua consciência o advertia de que ele não estava fazendo o necessário. Mas
quando Jesus lhe disse que se libertasse dos seus bens e os revertesse em favor
dos pobres, ele não teve coragem de fazê-lo. Vender as suas propriedades e
distribuir o dinheiro aos necessitados não é apenas dar esmolas. A maior esmola
é a que se faz em forma de auxílio e estímulo ao trabalho. As propriedades
inúteis do jovem rico podiam ser transformadas em recursos de produção,
beneficiando os pobres.
A acumulação da fortuna implica no dever do seu bom emprego em favor da
coletividade. Quem não a usa nesse sentido, mas apenas em benefício do seu
orgulho e da sua vaidade pessoal, está colocando-se na situação do camelo que
não pode passar pelo fundo da agulha. A vida terrena passa breve e o rico
egoísta logo se verá diante da porta estreita do Reino sem poder franqueá-la.
Quando os homens forem capazes de enfrentar a prova da riqueza para vencer o
egoísmo, a miséria desaparecerá do mundo.
A porta do Reino de Deus é estreita, porque só as almas puras, aliviadas da
carga da ambição e do orgulho, devem passar por ela. O rico egoísta, apegado aos
seus haveres, não consegue entrar, pois não se dispõe a largar os seus fardos do
lado de fora. Terá de voltar muitas vezes à Terra, aos reinos dos homens, para
aprender que a riqueza material só o ajudará quando ele souber trocar as suas
moedas de metal por atos de amor.
Por: Irmão Saulo, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
Tags
Leia Também:
Acréscimo do Novo: por Irmão Saulo
Amparo dos Pais: por Irmão Saulo
A Estamenha de Chagas: por Irmão Saulo
Os Ricos e o Reino: por Irmão Saulo
Amor sem Possessão: por Irmão Saulo
Comentários