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Ressentimento não se constitui tão-só do azedume que se nos introduz no espírito, quando a incompreensão nos torna intolerantes, à frente das grandes dificuldades de alguém.

Existem igualmente os pequeninos contratempos do cotidiano que, sem a precisa defesa da vigilância, acabam por transformar-nos o coração em vaso de fel, a expelir germes de obsessão e desequilíbrio, ambientando a enfermidade ou favorecendo a morte.

Analisemos essas diminutas irregularidades que nos será lícito classificar como sendo cargas de sombra íntima:

O descontentamento à mesa porque a refeição não apresente o prato ideal;

a impaciência ante a condução retardada;

a indisposição contra o clima;

a contrariedade em serviço;

o constrangimento para desculpar um amigo;

o mal-estar perante um desafeto;

o melindre desperto, em ouvindo opiniões que se nos mostrem desfavoráveis;

o desagrado nas compras;

o desgosto injustificável em família, unicamente pelo motivo desse ou daquele parente não pensar pela nossa cabeça;

os cuidados exagerados com obstáculos naturais na experiência comum;

a pressa e a agitação desnecessárias;

o descontrole ante uma visita-problema;

a exasperação diante de uma tarefa extraprograma;

o desespero contra as provas inevitáveis que a vida nos oferece a cada um.

Tanto pesa na balança o quilo de chumbo em massa, quanto o quilo de paina depositado, de haste em haste.

Meditemos, em torno disso, e reconheceremos que o perdão incondicional deve também alcançar as mínimas circunstâncias que se nos façam adversas. Em tese'>síntese, para que a paz more conosco, assegurando-nos proveito e alegria, nos caminhos do tempo, é forçoso não apenas trabalhar e servir sempre, mas igualmente compreender e abençoar.


Por: Emmanuel, Médium: Francisco Cândido Xavier


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