
Na Oração, por Emmanuel
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E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram:
Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. (Atos,
6:2)”.
Consumada a crucificação de Jesus, os apóstolos fundaram uma instituição
assistencial denominada "Casa do Caminho", onde abrigavam e socorriam
necessitados de todos os matizes.
Esse resfriamento na difusão da Boa Nova levou o grupo de apóstolos a urna
reflexão mais profunda, com base naquilo que um dos evangelistas havia
registrado: "Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e
morreram." (João 6:48/49). Em face de essa situação os apóstolos se reuniram em
conselho e deliberaram pedir aos discípulos que escolhessem sete homens íntegros
e capazes, a fim de atenderem à tarefa assistencial, liberando-os para a
propaganda dos ideais cristãos.
Estevão foi um dos escolhidos para essa espinhosa missão, desempenhando-a até o
dia quando foi violentamente retirado da "Casa do Caminho" e apedrejado, com a
aquiescência de Paulo de Tarso.
É de relevante importância esta passagem contida nos Atos dos Apóstolos,
mostrando que não se deve procurar socorrer apenas com o pão material, uma vez
que é o pão espiritual que sacia toda a fome de conhecimento, levando a criatura
à reforma íntima que o Cristo definiu como sendo a conquista do Reino dos Céus.
É inegável que, se os apóstolos tivessem circunscrito suas atividades apenas à
"Casa do Caminho" teriam equacionado os problemas de alguns poucos homens,
porém, como decorrência a Humanidade teria ficado privada de uma série de
ensinamentos, principalmente aqueles contidos nas Epístolas de João, de Pedra e
de Tiago. '
O mesmo fenômeno ocorreu com relação a Jesus Cristo. Sendo o médico das almas é
óbvio que a finalidade precípua da sua missão na Terra, foi dirigida no sentido
de operar nos homens a cura espiritual, a cura de efeito permanente. Curando
alguns poucos enfermos do corpo, o seu objetivo era atrair a atenção das massas,
para que a semente generosa da sua Doutrina germinasse nos corações de uma
quantidade muito maior de homens. O Mestre suspirava pelas curas de
conseqüências morais, como o foram aquelas operadas em Maria Madalena, Maria de
Betânia e em Zaqueu.
É indubitável que a assistência social dispensada pela "Casa do Caminho"
constituía um aspecto importante no quadro da divulgação do Cristianismo,
entretanto, o efeito nesse setor era bastante circunscrito e 'dificilmente
passaria dos limites da região que lhe servia de sede.
A verdadeira propaganda somente poderia ser exercida através da palavra levada a
todos os centros, e isso foi feito graças à inspirada deliberação dos apóstolos,
que acharam "que não era razoável servir as mesas, em detrimento da divulgação
da palavra de Deus."
A pregação dos apóstolos teve como cenário principal à cidade de Jerusalém, onde
eles tiveram residência ordinária até o ano 60, entretanto, também fizeram
visitas a outras cidades circunvizinhas, no mister de divulgar o Cristianismo. A
tarefa de levar a palavra de Jesus a todo o mundo conhecido coube ao apóstolo
Paulo, cuja missão transcendental se destaca mais e mais a nossos olhos, à
medida que os séculos se esvaem.
Paulo de Tarso compreendeu a extensão das palavras de Jesus em torno do Pão
Espiritual, e levou asa centenas de comunidades, não esquecendo Atenas e Roma,
que eram as cidades mais importantes do mundo, naquela época.
O povo israelita vivia empolgado pela ocorrência registrada em Êxodo, Cap. 16,
onde se lê que Deus fez cair pão do Céu para aqueles que estavam famintos no
deserto, alimentando-os desta forma durante muitos anos. Apesar da produção
desse fenômeno, os judeus nada haviam melhorado e após a solução do problema do
pão, passaram a exigir de Moisés a solução do problema da água: "Por que nos
fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós e aos nossos filhos e ao
nosso gado?" (Êxodo 17:3).
Quando do advento de Jesus Cristo o mesmo povo ainda estava em pleno
endurecimento, procurando-o para dizer-lhe: "Nossos pais comeram o maná no
deserto, como está escrito. Deu-lhes a comer o pão do céu" (João, 6:31), o que
levou o Mestre a esclarecer: "Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos
deu o pão do céu; mas meu Pai vos dará o verdadeiro pão. Porque o pão de Deus é
aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Eu sou o pão da vida, aquele que vem
a mim não terá fome."
O pão verdadeiro, representado pelos ensinamentos evangélicos, é o pão do qual a
Humanidade não' pode prescindir - o único que alimenta espiritualmente o homem,
propiciando-lhe meios de sentir e viver aquilo que o Evangelho preceitua,
apressando deste modo a sua evolução espiritual rumo a uma superior destinação
e, equacionando os problemas de todos os matizes que o acometem.
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