Ensinar, por Espíritos Diversos
Espiritismo e Cremação: Alguns Dados
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Imaginemos um ente querido de nossa família - mãe, pai, filho
ou irmão - que deixasse a nosso critério, após sua morte física ou seu
desencarne, a escolha quanto ao destino de seus restos mortais: inumação
(sepultamento) ou cremação (incinerar)! Como decidir, de modo consciente, sem
condicionar-se a costumes, fatores históricos, dogmas religiosos aceitos e não
discutidos pela razão? Vamos a uma breve análise sobre isso, porque "não saber
alguma coisa é menos mal do que não querer saber coisa alguma"
A população da Terra, de acordo com o censo da ONU, em 1999, já ultrapassou os 6
bilhões de habitantes. Por outro lado, segundo a Organização Mundial da Saúde, a
vida média dos seres humanos varia entre 60 e 70 anos. Disso, pode-se deduzir
que, no globo terrestre, a cada 70 anos, morrem ou desencarnam todos os seus
habitantes e nascem outros, em número maior. O planeta Terra, porém, é
mensurável, é finito. Conclui-se, assim, que bilhões e bilhões de corpos vão
encharcar o solo, invadir as águas com o necrochorume (líquido de cadáveres),
disseminando doenças, riscos sobre os quais sanitaristas e pesquisadores têm se
preocupado.
De longa data, os indianos e outros povos reencarnacionistas sabem que o corpo
físico, uma vez extinto, não mais pode ser habitado por um Espírito (ser
inteligente da Natureza), pois isso contraria a Lei Natural; portanto, o cadáver
poderá ser cremado, transformado em cinzas, sem qualquer processo dolorido,
porque o Espírito usa do corpo, por tempo determinado por Deus, para o seu
aprendizado.
Historicamente, há registros de cremação de corpos na Palestina - 4000 anos a.
C.; no Japão, a Imperatriz Jito foi cremada no ano 704 d.C.; tem-se, também,
informações do processo crematório antigo, em fornos italianos. Aliás, o método
originário da Itália foi, em 1874, introduzido na Inglaterra, pelo cirurgião da
rainha, Sir Henry Thompson, que inclusive escreveu o livro "Cremação: o
tratamento do corpo após a morte".
Da Inglaterra, depois de criadas as sociedades de cremação, os fornos
crematórios foram se espalhando pelo mundo: Estados Unidos, Austrália, Nova
Zelândia, assim com na Suécia, Noruega, Dinamarca, Islândia, Finlândia e em
todos os países da Europa, para os povos que estivessem preparados para isso.
Por essa razão, na Inglaterra, desde 1937, existe uma Federação Internacional de
Cremação, para congressos e divulgação.
Destarte, as grandes barreiras que existiram quanto à cremação foram criadas
pela Religião Católica, sob argumentação de que isso contrariava a fé cristã
(contra o dogma da ressurreição dos corpos); era, aliás, proibição do Código
Canônico. Só foram permitidos ritos eclesiásticos aos cristãos favoráveis à
cremação, com o Ritual das Exéquias de 1969, que vigora desde 1.º de junho de
1970.
O medo da morte ou o temor de que o corpo sofra com o fogo não devem existir.
Pelo conhecimento e o desapego às coisas materiais, descobre-se que o corpo
físico é passageiro, é máquina de que se serve o Espírito para cumprir suas
tarefas. Há, todavia, Espíritos que se apegam ao corpo, mormente, quando não têm
esclarecimentos e desencarnam em processos violentos. Mas, mesmo nos países em
que, com freqüência, procede-se à cremação do corpo, isso não é imposto pela
lei; cada pessoa o escolhe de acordo com a sua consciência.
No Brasil, há ainda poucos fornos de cremação. E a Lei dos Registros Públicos
(nº 6015, de 31/12/1973), no artigo 77, parágrafo 2º diz: "A cremação de cadáver
somente será feita daquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado ou
no interesse da saúde pública e se o atestado de óbito houver sido firmado por 2
(dois) médicos ou por 1 (um) médico-legista e, no caso de morte violenta, depois
de autorizado pela autoridade judiciária".
Há mais questões que podem ser respondidas pela pesquisa sobre o assunto. Mas o
Espiritismo não recomenda nem proíbe a cremação. Depende da consciência de cada
um. O grande Espírito Mentor Emmanuel, na psicografia de Chico Xavier, informa
que "a cremação é legítima para todos aqueles que a desejam, desde que haja um
período de, pelo menos, 72 horas de espera para que tal ocorra no forno
crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos em
ambiente frio". Assim, pode a cremação, com base em critérios
médico-científicos, se dar em 24 horas; mas, segundo a Doutrina Espírita, é
aconselhável esperar 72 horas para isso.
Por: Bismael B. Moraes, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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