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Durante o namoro eles faziam planos.

Queriam filhos, que seriam recebidos com amor e carinho.

Um ano após o casamento, chegou a filha. Linda, de olhos amendoados e bela cabeleira negra.

Com o tempo, Rosana percebeu que algo não estava bem. O desenvolvimento da criança não estava normal. Sempre muito quieta, não era atraída pelos objetos coloridos...

A pediatra sugeriu consulta com o oftalmologista, que constatou que o nervo ótico estava totalmente lesionado.

Exames neurológicos concluíram o diagnóstico: a menina era portadora de toxoplasmose. Jamais enxergaria, não falaria e nem se locomoveria normalmente...

Lágrimas, desespero, angústia. Depois... a aceitação, a submissão ao fato. E uma positiva tomada de atitude.

Certa feita, saíram em rias e foram passar o fim de semana em um hotel.

A menina parecia uma princesinha, ora no colo do pai, ora no da mãe.

À refeição, pacientemente, Rosana a alimentava, quando se aproximou uma senhora, parabenizando-a.

A mãe, continuando no seu trabalho paciente, não entendeu:

Agradeço a sua gentileza mas não sei o porquê desse cumprimento.

- Estou cumprimentando-a pela sua coragem em sair de casa com sua filha.

Rosana respondeu: Não entendo o que isso tenha de excepcional. É minha filha! Meu marido e eu vamos a todos os lugares com ela. Não creio que pudesse ser diferente.

A senhora, então, completou: Natural para o seu coração amadurecido. Tenho um sobrinho portador de pequeno distúrbio. Pois bem: desde o seu nascimento, jamais minha irmã permitiu que ele saísse de casa. Não permite sequer que chegue ao portão. Teme que alguém o veja.

E desde que lhe vimos a maneira como trata sua menina, minha irmã se emocionou tanto, que começou a chorar. Penso que esteja se dando conta de como deveria ter agido de forma diversa.

Rosana olhou para a outra mesa, e viu a senhora em lágrimas. Sensível, encerrou a conversa com a desconhecida com um conselho de mãe:

Por favor, diga à sua irmã que esses nossos filhos são escadas de luz, pelas quais subimos aos céus...

Receber nos braços um filho especial significa gozar da confiança da Divindade.

Não percamos essa oportunidade.

Um filho especial é um farol que Deus acende em uma família, propiciando o crescimento para a luz.

Não permaneçamos na indiferença.

Não esqueçamos que doente, com limitações, portador de disfunções, é apenas o corpo material, através do qual a alma se depura.

Respeitemos.

Auxiliando um portador de dificuldades a superar seus desafios, nos prestamos a grandes aprendizados.

Não estacionemos na ignorância.

Facilitar a vida de alguém com limitações, de qualquer natureza, representa abrir as portas da comunicação, do movimento, da oportunidade, da esperança.

Lembremos: não somos um corpo que possui um Espírito. Somos um Espírito que precisa de um corpo para viver na Terra.

Depois dessa prova, os que sofrem limitações poderão andar, ouvir, sorrir, cantar!

Deus é Pai de amor, de justiça e de luz!

Tenhamos sempre em mente esta verdade.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4507&stat=0


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