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Digno é o trabalhador do seu salário (Lucas, 10:7) – asseverou Jesus com veemência, ao analisar a situação daquele que se encontra na seara luminosa.

O júbilo decorrente do dever nobremente cumprido, após as fadigas sob o Sol inclemente ou a fúria das tempestades, representa o verdadeiro salário a que se faz jus.

É natural que se experimentem na jornada e durante o cultivo da seara do Mestre os desafios e as dores correspondentes às realizações em curso. Tendo-se em vista as condições do campo moral pra joeirar, não são poucos os momentos de testemunhos em forma de dor, de solidão, de constrangimento.

Solo abandonado por largo período transforma-se em matagal perigoso ou em deserto onde a vida pereceu, impondo verdadeiros sacrifícios a todo aquele que o deva transformar em jardim ou pomar.

Uma observação rápida sempre afirma que a dedicação à caridade, que a abnegação e o sacrifício pelo bem são invariavelmente coroados pelo sofrimento, pela ingratidão das pessoas beneficiadas, por ser essa a lógica do mundo, afirma-se.

Em realidade, a obra de edificação de qualquer natureza é sempre caracterizada por grande esforço e padece, numa sociedade ainda atrasada moralmente, de lutas contínuas com incessantes aflições. É compreensível que assim ocorra, tendo-se em vista a predominância do egoísmo e dos seus maléficos efeitos. O poder da natureza animal, com os seus instintos agressivos, induz o indivíduo à descrença nos valores éticos, nas bênçãos da ternura e nos efeitos sagrados do amor.

Porque parece prevalecer o vulgar e os disparates de todo teor, pensam alguns inadvertidos que esse é o estado normal da sociedade, equivocando-se completamente, em razão da chispa divina que se encontra no ser humano, mesmo quando adormecido.

Os sofrimentos são sempre decorrentes de causas anteriores, senão da atual existência, certamente de outras quando, ainda inconsciente das altas responsabilidades que lhe dizem respeito, o obreiro, por não se entregar ao dever, permitiu-se condutas inomináveis, que são os verdadeiros geradores dos futuros padecimentos.

Reencarnando para reparar, abençoado pelo serviço de solidariedade e de amor, mais fáceis são-lhes as provações, porque favorecidas pelos sentimentos de renovação íntima e de futuro bem-estar, mediante os quais se reabilita.

Nesse mister de reconstrução do mundo moral não faltam testemunhos de fidelidade ao trabalho, em face da multidão de desvairados de ambos os planos da Vida que se comprazem na manutenção da desordem, do atraso e da perversidade social.

Pretendem, esses rebeldes, manter a situação nefasta, na qual se beneficiam, fruindo as energias saudáveis daqueles que lhes tombam nos engodos e se exaurem em obsessões que se prolongam além do corpo físico...

Investem, furiosos, contra todos quantos se voltam para a edificação moral, para a beleza e a harmonia.

Atiram, invigilantes, outros perturbados que se lhes submetem, para que atuem contra os seus propósitos, e preparam armadilhas para surpreender os bons lidadores, dificultando-lhes o labor dignificante.

Nada obstante, o amor de Deus vigia, e os seus mensageiros compassivos estão atentos no amparo aos fiéis servidores, inspirando-os e, ao mesmo tempo, socorrendo-os.

Desse modo, não receies as dores que fazem parte da agenda evolutiva, certo de que tudo quanto te acontece, bem administrado, será sempre para a tua plenitude.

Rejubila-te com o êxito dos empreendimentos que abraças em nome de Jesus.

A alegria no serviço transforma-se em estímulo para o seu prosseguimento.

Cuida, porém, de evitar as ilusões que acompanham as glórias terrestres.

Onde estão os triunfadores de um dia do passado, os conquistadores de impérios que pareciam invencíveis, os intrépidos e violentos governantes, temidos e aplaudidos entre sorrisos de bajulação e articulações de ódios?

Revive mentalmente o poder das nações que dominaram o mundo do seu tempo, dos filósofos cínicos e dos cientistas mergulhados no materialismo, que decantavam o prazer dos vingadores perversos, e constatarás que a morte a todos e a tudo devorou.

Restam as narrativas a respeito da sua grandeza temporária, das suas misérias e glórias, odiados uns, esquecidos outros, no entanto, vivos no Mais Além, em processos dolorosos de recuperação... Tem cuidado com os ouropéis e as vaidades enganosas!

Permanece simples e gentil, em serviço de bondade, porque o êxito do servidor de Jesus é sobre as más inclinações, transformando-as em tesouros de auxílio a si mês e ao seu próximo.

Agradece a Deus, que merece todo o resultado nobre das ações, e conscientiza-te da tua pequenez e fragilidade, mantendo-te em vigilância e em oração.

Uma existência física é sempre muito breve para a sublimação.

Alegra-te quando compreendido e cercado de carinho, mas não olvides que a seara é do Cristo, transferindo para Ele os resultados da tua ação e permanecendo em paz, sem significativa alteração no teu modo de ser e de viver.

Busca o silêncio interior, a fim de que o vozerio festivo do momento não te perturbe ou te faça perder o rumo.

Jesus sempre buscava a solidão após os momentos de júbilo e de êxito junto às criaturas sofridas e turbulentas.

Interioriza-te e mantém-te sereno.

A tarde ardente e alucinada em que Ele foi crucificado esteve precedida, poucos dias antes, pela sua entrada triunfal em Jerusalém, quando procedente de Betânia.

Rejubila-te, porque amas, e trabalha com afinco para o êxito do Evangelho nas mentes e nos corações das demais criaturas.


Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 25 de fevereiro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=301


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