Ensinar, por Espíritos Diversos
Açoitando o Ar
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Definindo o trabalho intenso que lhe era peculiar na extensão do Evangelho,
disse o apóstolo Paulo com inegável acerto: “- Eu por minha parte assim corro,
não como na incerteza; de tal modo combato, não como açoitado o ar”.
Hoje como ontem, milhares de aprendizes da Boa Nova gastam-se inutilmente,
através da vida agitada, asseverando-se em atividade do Mestre, quando apenas
simbolizam números vazios nos quadros da precipitação.
Possuem planos admiráveis que nunca realizam.
Comentam, apressados, os méritos do amor, guardando lamentável indiferença para
com determinados familiares que o Senhor lhes confia.
Exaltam a tolerância, como fator de equilíbrio no sustento da paz, contudo se
queixam amargamente do chefe que lhes preside o serviço ou do subordinado que
lhes empresta concurso.
Recebem os problemas que o mundo lhes oferece, buscando o escape mental.
Expressam-se, acalorados, em questões de fé, alimentando dúvidas íntimas quanto
à imortalidade da alma.
Exigem a regeneração plena dos outros, sem cogitar de reajustamento a si mesmos.
Clamam, acusam, projetam, discutem, correm, sonham...
Mas, visitados pela crise que afere em cada Espírito os valores que acumulou em
si próprio, diante da vida eterna, vacilam, desencantados, nas sombras da
incerteza, e, quando chamados pela morte do corpo à grande renovação,
reconhecem, aflitos, que em verdade estiveram na carne combatendo
improficuamente, como quem passa na Terra açoitando o ar.
Por: Emmanuel, Do livro: Palavras de Vida Eterna, Médium: Francisco Cândido Xavier
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