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Durante dois anos o Juiz da comunidade recebia acusações constantes. Certa mulher trabalhava ativamente com tóxicos, criando as maiores dificuldades para a mente infanto-juvenil.

Queixavam-se os pais, pedindo providências contra a atitude infeliz da mulher que lhes viciava os filhos menores.

Intrigado com tantas denúncias, o magistrado colocou agentes na solução do assunto e acabou detendo a mulher que traficava, em vista dela própria se isolar em recanto suspeito, numa sala iluminada por esquisita penumbra, para atender os clientes.

O Juiz assumiu as medidas cabíveis a fim de verificar a extensão do problema, enquanto muita gente se aglomerou diante do foro, no intuito de conhecer os resultados.

O Juiz estreitou as providências e exigiu que a mulher se descobrisse.

A multidão rompeu em tremenda exclamação, pois reconheceu nela, de pronto, a filha do alto representante da justiça.

Sufocado de pranto, o elevado funcionário perguntou à mulher:

"Pois é você, minha filha, a infeliz que nos agita a cidade?".

Cabisbaixa, a pobre criatura deu alguns passos na direção do pai e ambos se abraçaram em lágrimas, enquanto, acompanhando diversos amigos que se afastavam, também eu me retirei do recinto, recolhendo-me ao quarto, a fim de pensar.


Por: Augusto Cezar, Do livro: Fotos da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier


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