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João Marques pregava com fervor. O tema era a tolerância.

A assembléia, enlevada, bebia-lhe o verbo, num deslumbramento de luz.

- “Suportemos os golpes do destino! Suportemos a calúnia e a ingratidão, a dificuldade e a lágrima! ...”

O auditório vibrava ...

Nisso, pequenina bruxa dourada voeja na sala e toca de leve o rosto do orador.

João Marques vacila. Interrompe-se. Num átimo, toma a minúscula borboleta noturna e, visivelmente irritado, esmaga-a com o pé. E prossegue a preleção ...

Mais tarde, o círculo é reduzido. Apenas alguns companheiros e o médium Macedo.

Batista, o presidente da instituição, agradece as bênçãos da noite. Era o décimo aniversário do templo e o salão estava cheio.

No clima de júbilo geral, comunica-se Nuno, o orientador desencarnado. Controlando o médium, saúda os amigos.

Complacente, otimista, explana, fraterno, sobre os méritos do trabalho. Quando está preste a despedir-se, João Marques arrisca:

- Meu amigo, julga que me conduzi a contento na palestra?

- Como não? – replica, sorridente, o instrutor. – Você estava muito bem inspirado, feliz.

- E não tem apontamento a dizer?

O benfeitor pareceu refletir um minuto e concluiu:

- Marques, já que você faz questão do apontamento, não posso omiti-lo. Você falou sobre a tolerância, brilhantemente. Mas pensemos um pouco. Se não podemos suportar pobre borboleta a nos beijar respeitosamente a testa, como suportaremos as pancadas justas da vida?


Por: Hilário Silva, Do livro: A Vida Escreve, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira


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