Maria, por Auta de Souza
Ao Sol do Amor
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Brilhando por luz de Deus, ainda mesmo nas regiões em que a escuridade
aparentemente domina, o amor regenera e aprimora sempre.
Podem surgir grandes malfeitores abalando a ordem pública, mas, enquanto
existirem pais e mães responsáveis e devotados, o lar fulgirá no mundo,
cooperando para que se dissolva a lama da delinquência na charrua do suor ou na fonte das lágrimas.
Podem surgir crianças-problemas e jovens transviados de todos os matizes, mas, enquanto existirem professores dignos do nome bendito que carregam, erguer-se-á a escola por santuário da educação.
Podem surgir doentes agoniados em todas as estâncias da vida, mas, enquanto existirem cientistas consagrados ao socorro dos semelhantes, levantar-se-á o hospital, como pouso da Bênção Divina para a redenção dos enfermos.
Podem surgir criminosos de todas as procedências, gerando reações populares
pelos delitos em que estejam incursos, mas, enquanto existirem juízes
compreensivos e humanos, destacar-se-á o instituto correcional por cidadela do
bem, onde as vitimas da sombra retornem de novo à luz.
Podem surgir empreiteiros do ateísmo e do ódio, da intolerância e da guerra,
como verdadeiros alienados mentais, mas, enquanto existirem sacerdotes e
missionários da fé, com bastante abnegação para ajudar e perdoar, luzirá o
templo, nas diversas confissões religiosas do mundo, como autêntica oficina de
acrisolamento da alma.
É justificável, portanto, que a afeição não repouse, além da morte.
Para lá da fronteira de cinza, agiganta-se o trabalho para todos os corações
acordados ao clarão do amor sem mácula.
Mães esquecidas na legenda do túmulo transformam-se em anjos invisíveis de
renúncia, ao pé de filhos desmemoriados e ingratos, para que não resvalem de
todo nas tenebrosidades do abismo ; esposas renascidas do nevoeiro carnal apóiam
companheiros desorientados no infortúnio, para que se restaurem no tálamo
doméstico ; filhos, desligados do corpo físico, tornam, despercebidos, à
convivência dos pais, arrebatando-os às tentações do desânimo ou do suicídio, e
arautos de idéias renovadoras sustentam-se, em espírito, ao lado daqueles que
lhes continuam as obras.
Se te encontras, assim, em tarefas de sacrifício, não recalcitres contra os
aguilhões que te acicatam as horas, consciente de que a matemática do destino
não nos entrega problemas de que não estejamos necessitados.
Humilha-te e serve, desculpa e edifica, diante dos que se fazem complicados
instrumentos de tua dor.
A prova antecipa o resgate, a luta anuncia a vitória e a dificuldade encerra a
lição.
E embora se te situem as esperanças no agressivo espinheiro do sofrimento, ama
os que te não compreendem e ora pelos que te injuriam, porque a Lei conhece o
motivo pelo qual cada um deles te cruza os passos, e erguer-te-á o ânimo, aqui e
além da Terra, para que prossigas no apostolado do amor, em perpetuidade
sublime.
Por: Emmanuel, Médium: Francisco Cândido Xavier
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