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Entre os gregos, salienta a Dra. Jeanne Pontius Rindge, do "Human Dimension Institute", de Nova Iorque, existia uma divisão crescente entre a mente (nous) e o corpo (physis), notavelmente criticada por Platão, cujas instituições transcendiam os limites sensoriais: Se a cabeça e o corpo devem andar bem, deveis começar por curar a alma; esta é a primeira coisa... O grande erro da nossa época, no tratamento do corpo humano, é que os médicos separam a alma e o corpo.

Jesus tratou de desarticular essa dicotomia, emprestando novas e magníficas dimensões ao processo de cura. Sua preocupação pela saúde física e espiritual representou, sem embargo, um ponto de partida revolucionário. Embora tenha sido chamado de xamã, admite a Dra. Rindge, devido a sua função de mediador entre Deus e os homens, isso não foi, em absoluto, para abrandar os ímpetos de uma divindade vingativa e arbitrária (Agora que eu sou, Eu somente, e mais nenhum Deus além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém de minha mão. Deuteronômio, 32-39), mas, antes, para canalizar o amor, como uma energia curativa que emana da fonte de todos os seres, descrita por ele como Pai Amoroso.

O Mestre pregou a necessidade de se efetivar a harmonia do ser com essa fonte de amor, evidenciando, entretanto, que a energia para curar pode ser ministrada através dele próprio e de outrem:

"O que eu faço - disse ele aos homens de sua época e de todas as épocas – podeis fazer e melhor!".

Os Evangelhos registram 26 curas individuais e 27 em grupo, por Jesus, e 9 curas múltiplas por seus apóstolos. Os métodos empregados eram, realmente, notáveis. O toque, as exortações, as preces, a obsessão'>desobsessão, a íntima ou da família e dos amigos, o estranhíssimo emprego da saliva misturada à poeira do chão etc.

Em seu livro "Faith Healing and Cristian Faith", o Dr. Wade Boggs afirma que a Medicina negligenciou o extraordinário trabalho de cura levado a efeito por Jesus, em meios, diga-se de passagem, os mais diversos possíveis, e isentos de quaisquer procedimentos antis-sépticos.

"Sem o seu espírito – escreve Dr. Boggs – a Medicina degenera em uma metodologia despersonalizada e o seu código de ética num simples sistema legal. Jesus induz a correção do amor, sem a qual a verdadeira cura raramente é possível na realidade. O pai espiritual da Medicina não foi Hipócrates, da ilha de Cos, porém, Jesus!"

O certo é que, com advento da chamada Idade da Razão e o avanço da ciência, a Medicina ortodoxa, cada vez mais familiarizada com o universo físico, investiu, com ênfase sempre crescente, contra a provável eficácia da magia.

"A medicina empreendeu – esclarece a Dra. Rindge – uma função cuidadosa baseada em fatos científicos adequados ao mecanismo Newtoniano, às observações cada vez mais fisicistas, tese'>hipóteses agora reivindicadas pelos pensadores evoluídos, como descrições incompletas da Realidade."

Entre esses pensadores evoluídos apontados pela editora da revista "Human Dimensions", permitimo-nos destacar aqueles que, em 1882, iniciaram uma séria e pioneira investigação dos fenômenos paranormais, incluindo a telepatia, a clarividência, o contato com desencarnados, as curas espirituais, fundando-se, então, a célebre "Society for Psychical Research – SPR".

O trabalho notável desses pesquisadores teria sua continuação, nas primeiras décadas do século XX, pelo Dr. Joseph Banks Rhine e sua esposa Louise, da Universidade de Duke (USA), e por outros atuais destemidos investigadores da fenomenologia supranormal, que ainda abrem caminho, nas florestas densas dos preconceitos e da ortodoxia, para a consolidação, em futuro ignoto, da Medicina Espiritual de que Jesus, de fato e de direito, é o Grande Pai!


Fonte: Jornal Mundo Espírita de Dezembro de 1998


Por: Carlos Bernardo Loureiro, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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