O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
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"Tratamos aqui da coragem para o bem, porque o bem exige coragem para ser feito."
Atitude imperfeitamente conhecida, raramente praticada.
Não se constitui apenas de fé, não obstante a fé se lhe mantenha por raiz de sustentação.
Não é tão somente esperança, conquanto a esperança lhe assegure a seiva de força.
Tratamos aqui da coragem para o bem, porque o bem exige coragem para ser feito.
Enfeita-se o mal de mil modos com os adornos do bem, de tal sorte que para
extirpá-lo da vida a fim de que o bem verdadeiro se levante na alma, é
imprescindível, em muitas ocasiões, até mesmo a coragem de ser só, qual
aconteceu com Jesus no último dia de sua luta pela verdade.
Em numerosas reencarnações, temos interpretado a coragem como sendo arremesso do
espírito para a destruição.
Partilhamos guerras de extermínio, crueldades, delitos, depravações,
arvorando-nos em campeões da coragem quando não passávamos de malfeitores
acobertados pela falsa legalidade de estatutos forjados na base da delinqüência.
Convertíamos o clarão da crença em labaredas da violência, transfigurávamos o
alimento da esperança em veneno da ambição desregrada e, no pressuposto de
sermos firmes e corajosos, nada mais fazíamos que inventar a invigilância que
nos impeliu à fossa das grandes culpas, em cujo lodo nos refocilamos durante
séculos de sofrimento reparador.
Desse modo, aprendemos hoje com a Doutrina Espírita, a coragem que Jesus
exemplificou, a expressar-se no valor moral de quem atribui a Deus todas as
bênçãos da vida, para canalizar as bênçãos da própria vida a serviço da
felicidade geral.
Coragem de apagar-nos e esquecer-nos, para que o ensinamento se estenda e
triunfe soerguendo o nível de entendimento e elevação para todos, muito embora
trabalhando e servindo constantemente sem nada pedir para nós.
Coragem de silenciar e coragem de falar no momento oportuno.
Coragem de fazer ou deixar de fazer, coerentes com o ensino do Mestre quando nos
mostrou que uma só consciência tranqüila, na execução do dever ante a
Providência Divina, pode mais que a multidão.
Coragem como apoio vivo capaz de viver para o bem dos outros e também de
desencarnar, quando preciso, para que os outros não sejam dominados pelo mal que
nos impõe a morte.
Coragem sim. Coragem de sermos bons e simples, afetuosos e leais, porque hoje
entendemos, no Evangelho Restaurado, que bastam audácia e manha para dominar os
outros, mas somente à custa da coragem que o Cristo nos legou é que
conseguiremos a vitória em nós e sobre nós, para que nos coloquemos ao encontro da Grande Vida que estua além da vida terrestre.
Por: André Luiz, Médium: Francisco Cândido Xavier
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