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O ser humano é, na sua essência, eminentemente transpessoal.
Realidade extrafísica, habita o campo da energia, na condição de princípio inteligente do Universo, onde se origina pela vontade da “Causa Primeira de todas as coisas”, que transcende à capacidade atual de entendimento conforme o grau de percepção que caracteriza a ciência contemporânea.
Chispa divina em forma de psiquismo inicial, possui todas as potencialidades imagináveis, que o tempo e as experiências fazem desabrochar através de sucessivas existências na forma orgânica desde as mais simples, nas quais exterioriza sensibilidade, sistema nervoso embrionário, para adquirir instintos, inteligência e razão, seguindo no rumo da auto-superação, quando a vitória sobre o ego facultar-lhe atingir a aspiração angélica.
Semelhante à semente que preserva todas as características da futura forma com o seu potencial de manifestações: germinação e plântula, caule, folhagem, ramos, flores e frutos, apenas surjam oportunidades propiciatórias ao seu desenvolvimento, tem a destinação indesviável de auto-realizar-se.Em conquista, porém, somente ocorre através da inteligência, que lhe é o atributo mais elevado, assim conseguindo a plenitude, “o reino dos céus”, a superação do sofrimento e do mal que nele reside, isto é, da ignorância do fatalismo do bem, experenciando inúmeros fenômenos psíquicos,psicológicos, orgânicos que procedem da suas opções.
A princípio, submetido ao automatismo da evolução das formas primárias pelas quais transita em inconsciência, dormem os valores que lhe são próprios, a fim de lentamente despertar para a consciência do Si, quando o discernimento se encarrega de propiciar-lhe direcionamento aos passos, atraído pelo “Deotropismo” para o qual ascende.
Seu imemorial trânsito pelos mecanismos inconscientes das jornadas nas faixas iniciais do desenvolvimento, nele insculpe forças poderosas que o conduzem e impulsionam a agir sem lucidez, mantendo-o mergulhado na sombra do atavismo primário, que a luz da razão conseguirá liberar a duras penas.
Atraído pela felicidade, de que somente possui lampejos nas expressões menos lúcidas, rompe a couraça na qual se encontra aprisionado, descobrindo os horizontes infinitos de beleza, que o fascinam e contribuem para que se desalgeme da “caverna” onde se acolhe.
As suas aspirações iniciais são tíbias, as paisagens mentais são povoadas de sonhos e impulsos que dão origem aos futuros mitos que terá de digerir e superar, a fim de tornar-se o “Self” dominante, ao invés de ego dominador.
Nesse período surgem os conceitos a respeito das expressões duais: o bem e o mal, a luz e a sombra, Ormudz e Arimã (do Mazdeísmo), o anjo e o demônio(da Bíblia), os conceitos corretos sobre a saúde e a enfermidade, que exercerão preponderância em seu comportamento, encarregando de proporcionar-lhe alegria ou tristeza, ventura ou pesar conforme se aplique essa faculdade de discernimento para a ação.
Nos refolhos desse psiquismo se estruturam os delicados e sutis instrumentos responsáveis pelos fenômenos psicológicos de vital importância para a sua auto-realização.
Partindo do Ser psíquico, todas as forças que se transformam em aspirações condensam-se no campo das sutilezas emocionais, estabelecendo padrões de conduta, para se consubstanciarem nos fenômenos das formas. É através dessas necessidades básicas para a subsistência – nutrição, repouso, e reprodução – que surgirão em pródromos desde a fase vegetal, quando desponta o sistema nervoso embrionário, que faculta a absorção clorofiliana para, em seguida, no animal, adquirir o instinto de conservação da vida, sempre avançando no rumo da fatalidade a que está destinado: a plenitude!
Transitando-se por centenas de milhares de anos em automatismos inconscientes, esse psiquismo pareceria disposto a permanecer nesses impulsos, quando inesperadamente nele surgem as primeiras expressões de inteligência que o conscientizam dos novos recursos que se lhe encontram à disposição para autocrescimento.
É compreensível, portanto,que o inconsciente continue predominando no ser até quando seja ultrapassado pela consciência, cuja culminância será no após a aquisição da autoconsciência.
Esses “instintos básicos” permanecerão entretanto conduzindo o ser, impondo-se e gerando mecanismos de sobrevivência, que a consciência lúcida – consciência desperta – irá encarregar-se de transformar por necessidades éticas, ética'>estéticas, de saúde, de bem-estar.


Por: Joanna de Ângelis, Médium: Divaldo Pereira Franco


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