Ensinar, por Espíritos Diversos
Ociosidade
A+ | A- | Imprimir | Ouça a MSG | Ant | Post
Sorrateiramente se instala na casa mental, entorpecendo a
vontade.
Disfarça-se de cansaço, sugerindo repouso.
Justifica-se como necessidade de rafazimento de forças, exigindo, cada vez,
maior soma de horas.
Apresenta-se como enfermidade, impondo abandono de tarefas.
Desculpa-se, em nome da exaustão das energias, que deseja recobrar.
Reage contra qualquer proposição de atividade que implique no inconveniente
esforço.
A ociosidade é cruel inimigo da criatura humana e fator dissolvente que se
insinua nas tarefas do bem, nas comunidades que laboram pelo progresso.
Após vencer aquele de quem se apossa, espalha o seu ar mefítico, contaminando
quantos se acercam da sua vítima, que se transforma em elemento pernicioso,
refugiando-se em mecanismos de evasão de responsabilidade sob a condição de
abandonado pela fraternidade alheia.
O ocioso faz-se ególatra; termina impiedoso.
Solicita direitos, sem cumprir com os deveres que lhe dizem respeito.
Parasito social, é hábil na dissimulação dos propósitos infelizes que agasalha.
Dispõe de tempo para censurar os que trabalhem e observa, nos outros refletidas,
as imperfeições que de si transfere.
Sua palavra enreda os incautos, torpedeando os programas que exigem ação.
Quando se demora anestesiado, mentalmente, pelos vapores tóxicos que emite e
absorve, consegue exibir falsa compostura, atribuindo-se superioridade que está
longe de possuir, no ambiente onde se encontra.
Escolhe serviços e especifica tarefas, que jamais cumpre integralmente, acusando
os outros ou escusando-se por impedimentos que urde com habilidade.
É adorno de aparência agradável, que sugere valor ainda não conseguido.
Bom palestrante, conselheiral, cômodo, refugia-se na gentileza para atrair
simpatias, desde que lhe não seja exigido esforço.
Sabe usar os recursos alheios e estimula as tendências negativas, insuflando,
com referências encomiásticas, o orgulho, a vaidade, a insensatez.
Na enfermidade de que padece, não se dá conta da inutilidade que o caracteriza.
Teresa D'Avila, atormentada por problemas artríticos e outros, na sua saúde
delicada, exauria-se, silenciosa, nas tarefas mais cansativas do Monastério,
embora portadora de excelente dons espirituais.
Bernadette Soubirous, a célebre vidente de Lourdes, afadigava-se, enferma, nos
trabalhos mais vigorosos, até a total impossibilidade de movimentos.
Allan Kardec, advertido pelo seu médico, Dr. Deméure, então desencarnado, para
que poupasse as energias, prosseguiu ativo até o momento da súbita
desencarnação.
... E Jesus, que jamais se escusou ao trabalho, são lições que não podem nem ser
ignoradas.
Se não gostas ou não queres trabalhar, sempre encontrarás justificativas para
dissimular a ociosidade.
O progresso de que necessitas, porém, não te desculpará o tempo perdido ou
mal-empregado.
Volverás à liça, em condição menos afortunada, sendo-te indispensável o esforço
para a sobrevivência.
Os membros, que se não movimentam na atividade edificante, atrofiam-se, perdem a
finalidade, e apenas se recuperarão sob injunções mui dolorosas.
Oxalá te resguardes da ociosidade.
Melhor a exaustão decorrente do bem, vivenciado a cada instante, do que a
agradável aparência, cuidada e rósea, mediante a exploração do esforço alheio e
a nutrição da inutilidade ociosa.
Por: Joanna de Ângelis, Médium: Divaldo Pereira Franco
Tags
Leia Também:
Convite à Reflexão: por Joanna de Ângelis
Deus Sempre: por Joanna de Ângelis
Filho Deficiente: por Joanna de Ângelis
Oportunidade e Dezaso: por Joanna de Ângelis
Vigilância: por Joanna de Ângelis
Comentários