
Na Oração, por Emmanuel
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Segundo a Filosofia Espírita, o trabalho é lei da natureza,
lei divina, verdadeira para a felicidade do homem, eterna e imutável como o
próprio Deus, constituindo-se numa necessidade. Tão forte é essa necessidade que
os desequilíbrios causados pelo ócio serão corrigidos mais tarde através de
terapias ocupacionais.
Tudo, na natureza, trabalha. Trabalha o vegetal, trabalha o animal e trabalha o
homem.
Do trabalho nos reinos inferiores não resulta progresso visível para os olhos
humanos, pois só inconscientemente, provendo as suas próprias necessidades, os
vegetais e animais concorrem para a realização final da natureza.
Graças, porém, à linguagem articulada, conquista do reino hominal, cada geração
passa à geração seguinte tudo o que aprendeu, acumulando cultura, através da
qual o trabalho humano tem continuidade e o progresso que dele resulta é muito
claro, em benefício do próprio indivíduo e da sociedade.
No atual estágio evolutivo do nosso planeta, o trabalho ainda nos é imposto, em
conseqüência da nossa organização material. Segundo Kardec, esse trabalho a que
somos obrigados é quase sempre uma expiação e sempre um meio de aperfeiçoamento
da inteligência. É expiação para a maioria de nós que precisamos resgatar o
abuso das forças entregues à ociosidade ou ao crime nas existências anteriores.
É por isso que quase todos nós estamos obrigados a ganhar o pão com o suor do
rosto.
Todavia, além desse trabalho que nos é imposto, podemos, desde já, aqui na
Terra, usufruir a felicidade da prestação de serviço aos semelhantes, desligados
de qualquer idéia de recompensa. É o trabalho que se faz por inspiração do amor.
Se as tarefas remuneradas, quando bem feitas, conquistam o agradecimento de quem
as recebe, a prestação de serviço espontâneo já é vista como um desdobramento da
bondade de Deus.
O trabalho-doação não muda apenas o ambiente, muda principalmente o trabalhador,
fazendo-o crescer no sentido moral. Nesse trabalho, além do respeito, da
simpatia, da gratidão e da amizade que recebe, o homem consegue também socorro
espiritual para suas próprias dificuldades. Emmanuel diz que não há investimento
melhor para a alma do que o trabalho-doação, pois ele quita o passado, garante
as realizações do presente e representa créditos para o futuro.
É pois, com grande alegria que estamos vendo o trabalho voluntário sair dos
ambientes estritamente religiosos e ganhar a sociedade civil. São os voluntários
da escola pública, nos hospitais, nas entidades filantrópicas. O fato do ano
2001 ter sido designado Ano Internacional do Voluntariado é um forte sinal de
que a consciência cristã está se ampliando no mundo todo e os cidadãos comuns
estão se organizando de maneira a terem horas livres para empregá-las no
trabalho voluntário.
O Trabalho Voluntário: por Vera Gaetani