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Eça de Queirós, em páginas que enviou à Terra, depois da morte, através da mediunidade admirável de Fernando de Lacerda, conta que a sua bagagem literária foi considerada, na alfândega do Além, como avariada. Humberto de Campos, servindo-se da psicografia de Chico Xavier, advertiu que os valores desprezados na Terra pelo escritor são os mais importantes no mundo espiritual. Emmanuel confirma isso, na presente mensagem, que se encerra com uma tese'>síntese da mecânica da comunicação. Vemos, por essa tese'>síntese, que a comunicação não é apenas transmissão de idéias, mas é também criação.

No processo que vai do sentimento à ação, criando o destino, evidencia-se a pesada responsabilidade de quem escreve. O que mais importa no ato de escrever não é o burilamento da forma, nem a descoberta, hoje obsessiva, de novos caminhos estéticos. A originalidade artificial é flor de estufa. Só é original o que brota espontâneo da faculdade criadora. E o sucesso literário ou jornalístico nada vale, se não for determinado pelo esforço legítimo de servir, enriquecendo o patrimônio espiritual da Humanidade.

A fascinação das conquistas imediatas alimenta a vaidade do autor e perturba a sua visão da realidade maior. A vida passa rápida e a morte o levará para o plano da introspecção, num mundo em que as aparências se desfazem como bolhas de ar. Mas o pior é que as obras ilusórias persistem no plano terreno da ilusão, suscitando sentimentos que vão criar novos destinos e desviar outras vocações de seu caninho certo. A responsabilidade do autor, que na Terra se disfarça em miragens ética'>estéticas, no Além se desnuda aos seus olhos espirituais de maneira indisfarçável.

Por isso podemos dizer que essa pequena mensagem de Emmanuel é uma lição enviada do Além aos mestres da Terra. Numa hora em que multidões ansiosas procuram palavras de orientação e estímulo, o dever de quem escreve é atender a essas exigências ao invés de explorar a desorientação geral. Os mandarins da cultura moderna, refinados criadores de artifícios que brilham nas letras como broches metálicos, e os exploradores do sensacionalismo, poderão encontrar nessa página de Emmanuel – se tiverem humildade para tanto – a advertência oportuna de que necessitam.


Por: Irmão Saulo, Do livro Diálogo dos Vivos, Médium: Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires - Espíritos Diversos


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