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Dama nobre que amei, desprezado e proscrito,
Ao recordar te, fiel, por legendárias landas,
Liberto, em vão, busquei a terra onde hoje mandas,
Cavaleiro do sonho, a galopes no Egito...

Achei te reencarnada, em áspero conflito,
Mutilada mulher, já não falas, nem andas,
E alguém te exibe ao povo as chagas por guirlandas,
Na caça de sustento ao corpo gasto e aflito,

Ao ver te exposta à rua, aos empuxões e aos trancos,
Lembro-te o sólido de ouro e os belos coches brancos,
Tremo, transido e triste, a seguir-te de rastros!...

Louva, Senhora, a lei!... Sofre a pena e a clausura...
Um dia, livre enfim, santificada e pura,
Terás, de novo, um reino e um trono, além dos astros.


Versos à irmão aleijada e mendiga, que reencontrei hoje, na via pública.


Por: Epiphanio Leite, Médium: Francisco Cândido Xavier


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