Ensinar, por Espíritos Diversos
Transfiguração, Multiplicação dos pães, e Ressurreições Operadas por Jesus
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A Transfiguração (Mt. 17 1/8, Mc. 9 2/8 e Lc. 9 28/36. )
Resumamos as narrativas evangélicas:
Jesus levou Pedro, Tiago e João em particular a um alto monte, com o propósito
de orar.
Enquanto ele orava:
seu rosto se modificou, resplandecia como o sol;
suas vestes tomaram-se brancas como a luz.
E apareceram Moisés e Elias (ambos já desencontrados) e conversavam os três
sobre sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém.
Explicação espírita do fenômeno
A transfiguração é "uma transformação fluídica, uma espécie de aparição
perispirítica, que se produz sobre o próprio corpo do vivo" ; "geralmente é
perceptível a todos os assistentes e com os olhos do corpo, precisamente por se
basearem na matéria carnal visível". Pode-se dar pela vontade da própria pessoa
ou sob influência externa. (Vide Allan Kardec, "A Gênese", cap. XIV, item 39; e
a "Revista Espírita" de março de 1859.) Quando orou, Jesus se expandiu
perispiritualmente, superpondo ao corpo novo aspecto e apresentando grande
radiação'>irradiação. A luminosidade propagou-se às suas vestes e através delas.
Quanto à presença de Moisés e Elias, foi um fenômeno de materialização (Pedro,
Tiago e João eram médiuns de efeitos físicos), que será estudado em aula
posterior.
A multiplicação de pães e peixes
Relatam os evangelistas que Jesus por 2 vezes multiplicou pães e peixes para
atender à multidão que o seguira até uma região "deserta" (longe de cidades) e
ali ficara ouvindo-o e recebendo curas mas, por não se terem munido de
alimentos, estavam a ponto de passar fome.
A primeira multiplicação é relatada por Mt, 14 vs. 13/23, Mc. 6 vs. 30/44, Lc. 9
vs, 10/17 e Jo. 6 vs, l/15. A segunda somente por Mt. 15 32/39 e Mc. 8 1/10.
As diferenças entre as duas são pequenas, pois em ambas Jesus:
aproveitou o de que dispunham (alguns pães e peixes) ;
mandou que o povo se assentasse em grupos (ordenou a multidão);
orou (tomando os pães e peixes, ergueu os olhos aos céus e os abençoou);
depois fez a repartição entre os discípulos e estes para o povo;
todos comeram à vontade (milhares de homens, além das mulheres e crianças) ;
e ainda sobraram muitos cestos com pedaços de pão e de peixe, que Jesus mandou
recolher para nada se perder.
Como explicar esse fenômeno?
Kardec entende que não houve o fenômeno materialmente ("A Gênese", cap. XV, item
48). A passagem seria simbólica, representando que Jesus "alimentou"
espiritualmente a multidão que, magnetizada por sua presença e atenta à sua
palavra, nem sentiu a falta de alimento físico. Assim queria Jesus que os
discípulos também "alimentassem" o povo, quando lhes disse:
"Não é preciso que se retirem; dai-lhes vós de comer".
Também se pode pensar que, além dos poucos pães e peixes trazidos pelos
discípulos, outras pessoas tivessem mais alimentos consigo e, ante o exemplo de
doação generosa, acabaram por entregá-los também para a repartição entre todos.
Aí, deu e sobrou.
Entretanto, não seria impossível um fenômeno de efeitos físicos, materializando
substâncias. Em "O Livro dos Médiuns" (cap. VIII, Do Laboratório do Mundo
Invisível), vemos que os espíritos podem não só reproduzir aparência de
alimentos mas fazer que essas substâncias materializadas dêem até "a impressão
de saciedade", quando ingeridas.
Mas para que teria Jesus realizado um fenômeno de efeitos físicos assim,
multiplicando pães e peixes? Talvez com o objetivo de ensinar que precisamos
pensar no próximo, no que ele necessita, e ajudar a atender essa necessidade;
fazer isso orientando e ordenando o povo, doando o que nos for possível,
buscando também o auxílio espiritual (orou antes de multiplicar) e não
desperdiçando recursos (mandou recolher o que sobrasse).
Qual foi a repercussão?
Foi grande. A multidão, depois, queria proclamar rei a Jesus.
Mas ele não aceitou. E advertiu a todos: "Trabalhai não pela comida que perece
mas pela que permanece para a vida eterna", ou seja, que procurassem assimilar
sua mensagem, seus ensinos e exemplos.
Ressurreições
No Velho e no Novo Testamentos, há relatos de ressurreições, isto é, de pessoas
que estavam mortas e voltaram a viver.
Como aceitar tais relatos se, à luz da Ciência, fatos assim são impossíveis e
também não mais os vemos ocorrer nos dias de hoje?
O que a Ciência constata são casos em que as pessoas sofreram:
morte clínica: com parada cardíaca, perda da respiração, da consciência e dos
movimentos; ' - letargia (do latim, letargia): perda momentânea da sensibilidade
e do movimento, dando ao corpo aparência de morte real;
catalepsia (do grego, katálepsis): perda momentânea, algumas vezes espontânea,
da sensibilidade e do movimento em determinada parte do corpo.
São, os três, estados patológicos ou anômalos. Geralmente a pessoa pode se
recuperar deles, em minutos ou dias, havendo as condições e ajuda adequadas.
Explicação espírita de tais estados
Havendo desligamento parcial do perispírito, o espírito deixa de tomar contato,
temporariamente, com determinada região do corpo ou no seu todo, porque lhe
falta o elemento de ligação com ele.
O desligamento perispiritual pode se dar por causas orgânicas ou espirituais
(inclusive por influência de outrem). Mas enquanto os laços fluídicos não se
desataram totalmente e o corpo ainda tem vitalidade, sem lesão irreversível nos
órgãos, será possível fazer a pessoa retomar ao normal:
restaurando as condições do funcionamento orgânico;
auxiliando fluidicamente (magnetismo humano ou espiritual) ;
estimulando o espírito à ação sobre o corpo;
afastando o espírito perturbador (se houver).
Mas, ao tempo de Jesus, se uma pessoa caísse em estado letárgico não haveria no
local um médico que a examinasse e soubesse reconhecer que ela estava viva.
(Quase não havia "doutores" na Palestina, naquela época, e muitos dos que assim
se consideravam eram rabinos e, às vezes, curandeiros ; conheciam-se poucos
remédios genuínos, se bem que se usassem várias ervas medicinais).
Por isso, as pessoas em estado letárgico acabavam sendo consideradas mortas. E
como o sepultamento de cadáveres era feito no próprio dia da morte (às vezes de
modo imediato: Atos 5, 1/11), podia não dar tempo de a pessoa se recuperar da
letargia.
Após estes esclarecimentos, leiamos e analisemos os 3 casos em que Jesus
"ressuscitou" pessoas, que foram:
o filho da viúva de Naim (Lc. 7 vs. l1/17);
a filha de Jairo, chefe da sinagoga de Cafarnaum (Lc. 8 40/42 e 49/56) ;
Lázaro (Jo. l 1, 1/45).
Observações:
No caso da filha de Jairo e de Lázaro, Jesus afirma textualmente que a pessoa
não está morta mas dorme. Também ocorreria o mesmo quanto ao filho da viúva de
Naim.
Jesus orou antes de "ressuscitar" Lázaro; certamente o fez também nas outras
vezes mas, ou não foi em voz alta, ou não ficou relatado.
Os discípulos estavam sempre por perto; mas provavelmente se utilizava Jesus dos
fluidos de Pedro, Tiago e João (médiuns de efeitos físicos), pois estes
apóstolos foram os únicos que admitiu entrassem com ele para fazer a
"ressurreição" da filha de Jairo.
Jesus se encaminhou para o túmulo de Lázaro, que "era uma gruta, a cuja entrada
tinham posto uma pedra". Esclarece bem o evangelista João, pois o sepultamento,
entre os judeus, não era feito sob a terra (como o fazemos atualmente) mas nas
rochas, em cavernas naturais ou artificiais, fechando-se a entrada por meio de
pedras, para proteger de eventual ataque de animais. Preferiam sepultar em
lugares distanciados das habitações, fora dos muros da c idade.
Portanto, apesar de sepultado logo após a sua "morte", Lázaro não estava sob a
terra mas numa gruta, com oxigenação suficiente para sobreviver ao estado
letárgico em que caíra.
"Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias", disse Marta, irmã de
Lázaro, quando Jesus mandou removessem a pedra da entrada do sepulcro. Era o que
Marta pensava mas não a realidade, pois Lázaro não morrera, e seu corpo, em
estado letárgico, não estava em decomposição.
Nos três casos, Jesus falou diretamente à pessoa para que se levantasse. Em
espírito, podiam ouvi-lo e agir sobre o corpo, após haverem recebido a ajuda
fluídica de Jesus. No caso da menina, Lucas diz expressamente: "voltou-lhe o
espírito" (quer dizer que estava afastado) e então "ela imediatamente se
levantou".
(Vide "O Livro dos Espíritos", 2a parte, cap. VIII, pergs. 422/424 e "A Gênese",
cap. XV, itens 37 a 40.) Por mais admirável que a "ressurreição" física nos
pareça, ela é de efeito temporário, pois um dia o "ressuscitado" terá de
desencarnar mesmo.
Que haverá "ressurreição" espiritual para todos nós, além da morte do corpo, é
verdade, pois continuaremos a viver em espírito. Porém, em que estado
despertaremos nesse além? Felizes ou infelizes, conforme nossos pensamentos,
sentimentos e ações.
Que mais nos importa, então? É a "ressurreição" moral, o despertamento nosso em
espírito, para sairmos da "morte espiritual" (erro, inércia, vício, usura, etc.)
na direção da vivência correta e plena de nossas potencialidades espirituais.
Por: Therezinha de Oliveira, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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