Ensinar, por Espíritos Diversos
Fotogênese: O Mistério das Luzes Paranormais
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Em “La Fluide Devant la Physique Révelatrice et la
Métapsychique Objective”, Paris, 1927, Gaston Jean Mondeail registra os
principais trâmites dos fenômenos de fotogênese ocorridos em sessões científicas
com o jovem médium italiano Pasquale Erto, cognominado “o luminoso”. As
primeiras experiências aconteceram a partir de fevereiro de 1922, em ambiente
meticulosamente preparado. Conforme relata Jean Mondeail, raios luminosos
emanavam da parte anterior do corpo de Pasquale, assim como da cabeça, dos pés e
das mãos. As emanações luminosas ocorriam na escuridão e sob fraca luz vermelha.
O professor Luigi Romolo Sanguinetti, em artigo publicado na Revue Métapsychique,
número de julho de 1922, descreve a versatilidade do fenômeno:
“Os raios emitidos por Pasquale Erto variam de cor, de longitude, de forma. No
que se refere à cor, geralmente são de um belo azul-lunar, ou de um
azul-elétrico ou de vermelho-vivo, ou de um vermelho-alaranjado ou amarelado. Os
matizes são bem pouco numerosos. O comprimento varia desde os raios curtos, em
forma de agulhas, até o de raios de quatro, cinco, seis metros. O médium podia
imprimir a esses raios a direção que se lhe indicasse. Freqüentemente, eu os fiz
dirigir de maneira a iluminar as pessoas que entravam na sala no decorrer da
sessão. No que se refere à forma, trata-se ou de raios no estrito sentido da
palavra, ou de raios difusos em forma de leque, de triângulo, de cone, cujo
ápice está geralmente unido ao médium. Temos observado também verdadeiros globos
de luz. A luz aparecia então como concentrada e de cor vermelho-vivo ou
alaranjada. Estes globos são de duração tão curta quanto a dos raios.”
Pasquale Erto não se negava a um rigoroso exame antes das sessões.
Perscrutavam-lhe, então, o seu corpo nu, “com exploração do reto, uretra, boca,
nariz, orelhas, cabelos, etc.” Asseguravam-se, os pesquisadores, de que nenhum
recurso especial fosse utilizado pelo médium na obtenção do raro fenômeno de
fotogênese.
Por volta de 1923, Pasquale Erto submeteu-se a rigorosa pesquisa no Instituto
Metapsíquico Internacional, à época dirigido por Gustave Geley. Erto se submetia
a radiografias e depois vestia uma roupa especial, feita sob medida, que cobria
todo o seu corpo, menos as mãos e a cabeça. Esta era envolvida em um véu,
costurado ao colarinho da vestimenta. Luvas de boxe eram usadas para isolar as
mãos. O médium só entrava na sala das sessões depois que os investigadores o
examinavam meticulosamente. Nada disso impedia que Erto produzisse luzes, mesmo
diante de mágicos profissionais. Os pesquisadores encontraram, em algumas
sessões, fragmentos de ferrocésio (liga de ferro e césio) no vestuário de Erto,
juntamente com pequeninas fontes de aço. Acreditou-se que, desse modo, seriam
explicados os fenômenos luminescentes provocados pelo sensitivo italiano.
Baseada nessas provas, uma Comissão de Inquérito constituída pela Sorbonne,
célebre estabelecimento público de ensino superior em Paris, concluiu:
“Ele se munia, antes da sessão, de um pequeno fragmento ferrocésio e de um
pedacinho de aço. Na escuridão, raspava o ferrocésio com o aço, produzindo,
assim, faíscas, dissimulando o barulho com um “ah” violento.”
Os doutíssimos membros da Comissão de Inquérito da Sorbonne esqueceram que
Pasquale Erto estava de luvas de boxe. De que forma o médium poderia manipular
fragmentos de minério para a consecução do extraordinário fenômeno de fotogênese?
Além do mais, a roupa que o médium vestia era fornecida pelos investigadores,
que antes o examinavam, detalhadamente, com exploração do reto, uretra, boca,
nariz, orelhas, cabelos, etc. Os fragmentos de ferrocésio e de aço surgiram,
certamente, do próprio trabalho desenvolvido pelos Espíritos para a obtenção do
fenômeno.
O certo é que ninguém conseguiu realmente explicar como Pasquale Erto pôde fazer
surgir raios de quatro, cinco e seis metros de cores diferentes, com minúsculos
pedaços de metal. Alguns mágicos, tão cépticos quanto os cientistas, e estes tão
descrentes como o homem do povo, afirmaram que poderiam, folgadamente, produzir
os fenômenos de fotogênese. Jamais o conseguiram!
Sir William Crookes (1823-1919), uma das glórias científicas dos séculos XIX e
XX, assim se manifestou sobre a luz psíquica em artigo publicado no Quartertly
Journal of Science sob o título Notes of an Enquiry into the Phenomena Called
Spiritual:
“(...) sob as mais rigorosas condições de testes, vi um corpo sólido, luminoso,
semelhante a um ovo de peru, flutuando silenciosamente pela sala, às vezes a uma
altura superior à de uma pessoa na ponta dos pés. Em seguida, descia suavemente
ao solo. Numa ocasião, ficou visível por mais de dez minutos antes de
desaparecer. Bateu na mesa, produzindo um som semelhante ao de um corpo duro e
sólido. Durante esse tempo, o médium, aparentemente inconsciente, estava deitado
de costas numa poltrona.”
E mais adiante o descobridor do Tálio e inventor do Radiômetro, acrescenta:
“Vi pontos luminosos dardejando pela sala e pousando nas cabeças de diferentes
pessoas. As perguntas que fiz me foram respondidas com sinais luminosos,
empregando um código previamente convencionado... Identifiquei uma nuvem
luminosa pairando por acima de um heliotrópio na mesa, quebrar um de seus galhos
e entregá-lo a uma senhora.”
Seria temerário afirmar que o notável químico inglês fora vítima de embutes
patrocinados pela jovem médium Florence Cook ou, mesmo, por Daniel Dunglas Home,
sobre quem jamais pesou a pecha de fraudulento. Ademais, que poderia lucrar, o
grande sábio, com suas pesquisas sobre os fenômenos paranormais? Ele já era, à
época, finais do século XIX, um cientista consagrado em todo o mundo, gozando de
uma reputação ilibada. Pelo contrário; não foram poucos os que saíram a campo
para tentar, sem sucesso, lhe atacar a honra e a integridade científica.
A autenticidade das pesquisas sobre fenômenos luminosos promovidas por Sir
William Crookes seria evidenciada pelo trabalho do Dr. Gustave Geley, em sessões
levadas a efeito com o médium polonês Frank Kluski. Relata o investigador
francês, autor da obra clássica “De l’Inconscient au Conscient”:
“Um segundo depois, ocorreu um magnífico fenômeno: uma mão se movia
vagarosamente, ante os espectadores. Na palma encontrava-se um corpo semelhante
a um pedaço de gelo luminoso. A mão era luminosa e transparente, deixando ver a
cor dos tecidos.”
Ainda com Kluski, Geley obteve uma série de fenômenos luminosos, como o que se
registrou no dia 12 de abril de 1922:
“Uma longa cauda se formou atrás e por cima do médium. Era constituída de
pequenos grãos de luz, alguns mais brilhantes do que os outros. O véu oscilava
da direita para a esquerda e vice versa subindo e descendo. Durou cerca de um
minuto, desaparecendo para reaparecer outras vezes. Ao findar a sessão, o médium
estava nu, exausto, superaquecido e transpirando abundantemente nas costas e
debaixo dos braços.”
O Dr. Julien Ochorowicz (1850-1918), da Universidade de Lemberg e Diretor do
Institut Général Psychologique, de Paris, após realizar exaustivas pesquisas
sobre os fenômenos luminosos, ocorridos em sessões experimentais, opina:
“(...) as mãos etéricas não se materializavam enquanto irradiavam luz; os dois
fenômenos não tinham condições de ocorrer simultaneamente. Essa descoberta nos
leva a concluir que não haveria ectoplasma suficiente para produzir ambos os
fenômenos ao mesmo tempo.”
Outros casos de fotogênese
O Barão Albert Freiherrn von Schrenck-Notzing, na obra “Physikalische Phänomene
des Mediunnismus”(Munich, 1920), trata da faculdade mediúnica de Maria Silbert,
que em transe ficava luminosa. Maria irradiava uma claridade lunar, suave,
esverdeada, lembrando a luz dos vagalumes. Dos dedos, cotovelos, e dos joelhos,
saíam, de vez em quando, clarões mais fortes, que se projetavam além das paredes
da sala de sessões. A fotogênese de Maria Silbert acontecia em plena luz;
entretanto, os pesquisadores deixavam o ambiente às escuras, a fim de apreciarem
o raro e surpreendente espetáculo proporcionado pela luz "selênica" que se
desprendia, inexplicavelmente, do corpo da sensitiva.
Na década de 70, a médium inglesa Gladys Hayter foi inúmeras vezes fotografada
no momento em que emitia estranhas serpentinas luminosas, que alguns
pesquisadores imaginaram tratar-se de modernos registros do ectoplasma. Na
cidade de Nova York, a médium Veronica Leuken provocava, à sua volta, uma série
de clarões coloridos. Ela se tornou, mais tarde, uma líder religiosa, que
começou a ter visões marianas.
A fotogênese no Brasil
Em "Os Prodígios da Biopsíquica", Eurico Góes relata os incríveis fenômenos
luminosos provocados às expensas da faculdade mediúnica de Carmine Mirabelli,
enquanto A. Ranieri, na sua obra "Materializações Luminosas", descreve os
trâmites das sessões realizadas com Francisco Lins Peixoto (o Peixotinho), Fábio
Machado, Ifigênia França, Levi, Altino, Heleninha e Ênio Wendling. *
* Esses médiuns constam da citada obra "Materializações Luminosas", de autoria
de R. A. Ranieri, editada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo. Todos
eles participaram de memoráveis sessões de efeitos físicos e de materialização,
onde despontavam notáveis fenômenos luminosos.
Por: Carlos Bernardo Loureiro, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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