Ensinar, por Espíritos Diversos
Eu Sou Espírita!
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No final de novembro eu estava em São Bernado do Campo e
depois de ler um pouco fui navegar na internet pesquisando algum tema para
escrever para esta coluna do JM. Hoje a Internet é uma ferramenta auxiliar
inestimável de quem quer procurar um assunto e o que pode ser encontrado de
material bibliográfico.
Entrando num site de busca na palavra “Espiritismo” fui navegando e anotando
sites interessantes para depois refinar a busca. Um site que me chamou a atenção
tinha um verbete “Você é Espírita? “
Depois de algum tempo saí e quando voltei fui procurar os assuntos que eu havia
pré selecionado. E a tal pergunta, “Você é Espírita?” , o que era? Simplesmente
um chamativo para um sebo que oferecia vendas pela internet de livros Espíritas.
Não foi perda de tempo porque encontrei algumas preciosidades, tais como os
livros básicos de Kardec encadernados e edições das décadas de 40 e 50. São
raridades que hoje estão nas minhas estantes. Além desses também encontrei
várias outras preciosidades, como um volume da obra Instruções Psicofônicas, de
mensagens de diversos espíritos e psicografia de Chico Xavier, edição de 1956.
Obras importantes de Camille Flamarion, Leon Denis, Ramatis, Gabriel Delanne.
Dentre estes autores me chamou a atenção o livro Cristianismo e Espiritismo, de
Leon Denis, 4ª edição, 1941. O sub título já é um primor, “Provas Experimentais
da Sobrevivência”. ,
Apenas folhando aquelas páginas já amarelecidas sentimos a importância dos
conceitos de Leon Denis para o estudo sério e aprofundado da Doutrina Espírita.
Importante para o conhecimento da origem e autenticidade dos Evangelhos, sua
interpretação. Traça um paralelo entre o verdadeiro cristianismo e o estudo das
“relações com os espíritos dos mortos” (sic).
Traça a personalidade de Jesus nestas palavras: “Veio Jesus, espírito poderoso,
divino missionário, médium inspirado. Veio, encarnado-se entre os humildes, afim
de dar a todos o exemplo de uma vida simples e, entretanto, cheia de grandeza –
vida de abnegação e sacrifício, que devia deixar na terra inapagáveis traços”.
Como Filho de Deus poderia ser o Rei a que Pilatos quis redicularizar, mas fiel
aospropósitos doPai, encarnou com aquele olhar terno e sedutor, figura
carismática que envolvia a todos.
Para se contrapor a alguns filósofos que colocaram em dúvida a existência de
Jesus, Leon Denis escreve: “A grande figura de Jesus ultrapassa todas as
concepções do pensamento. Eis porque não pode ela ter sido criada pela
imaginação. Nessa alma, de uma serenidade celeste, não se nota mácula nenhuma,
nenhuma sombra. Todas asperfeições nela sefundem com uma harmonia tãoperfeita
que se nos afigura o ideal realizado”.
E sobre a nova Doutrina que o Nazareno veio trazer? “Sua doutrina, toda luz e
amor, dirige-se sobretudo aos humildes e aos pobres, a essas mulheres, a esses
homens do povo curvados sobre a terra, a essas inteligências esmagadas ao peso
da matéria e que aguardam,na provação e no sofrimento, a palavra de vida que as
deve reanimar e consolar.”
Podemos encontrar ao longo da narrativa de Leon Denis as razões fundamentais do
avanço do Cristianismo, debalde as forças negativas encontradas já desde o
início da peregrinação de Jesus, partidas do Império Romano. Este,noseu7
apogeu,dominava o mundo pela força e viu se esvair o prestígio e o poder pela
pregação daquel humilde Carpinteiro.
Lendo esta obra o Espírita estudioso e aplicado na codificação de Kardec, vai
verificar que tudo o que nos legou este missionário da Nova Revelação, tem sua
história e princípios científicos anotados por Leon Denis.
A solidez dos alicerces do Cristinianismo Leon Denis sintetiza: “Nesse mundo
judaico, sombrio e exclusivista, em que reinavam o ódio e o egoísmo, a doutrina
do amor e da fraternidade só podia emanar de uma inteligência sobre-humana. Se
as Escrituras não fossem, em seu conjunto, senão um amontoado de egoria'>alegorias, uma
obra de imaginação, a doutrina de Jesus não teria podido manter-se através dos
séculos,em meio das correntes opostas que agitaram a sociedade cristão.
Construção sem alicerce, ter-se-ia desagregado, desmoronado,batida pelo furacão
dos tempos. Entretanto ela ficou de pé e domina os séculos, a despeito das
alterações sofridas, a despeito de tudo o que os homens fizeram para
desfigurá-la,para submergi-la nas vagas de uma interpretação erronea.”
Vale a pena ler essa obra para se colocar como um personagem da história do
Cristianismo no mundo. É de fundamental importância para o conhecimento dos
alicerces do Espiritismo, pois desde Kardec já se firmou a nova Doutrina como o
Cristianismo redivivo.
“Jesus é, positivamente, a pedra angular do Cristianismo, a alma da nova
revelação. Ele constitue toda a sua originalidade”.
Os leitores não podem, apenas com essas informações, aquilatar a importância da
obra de Leon Denis, dizendo até que estudar o Espiritismo sem ler “Cristianismo
e Espiritismo” não é buscar a verdade. Se Kardec, de um lado, nos mostrou
através da comunicação do plano espiritual que as lições de Jesus jamais ficarão
esquecidas, serão sempre atuais e presentes, Denis nos leva a conhecer as
origens do Cristianismo e a posição do Espiritismo dentro da história através
dos séculos.
Para se notar a atualidade do que escreveu Leon Denis no início do século XIX,
basta ler este pequeno trecho da Introdução: “Para quem quer que observe
atentamente aas coisas, os tempos que vivemos estão carregados de ameaças.
Parece brilhante a nossa civilização, e, todavia, quantas manchas lhe obscurecem
o esplendor! O bem estar e a riqueza se têm espalhado, mas é acaso por suas
riquezas que uma sociedade se engrandece? O objetivo do homem na terra é,
porventura, levar uma vida faustosa e sensual? Não! Um povo não é grande, um
povo não se eleva senão pelo trabalho,pelo culto da justiça e da verdade”.
Bem, quizera poder transmitir aqui neste pequeno espaço tudo o que pode se
depreender de Leon Denis, mas fica a sugestão. Para se conhecer a história não
basta saber que aconteceram os fatos, é preciso revive-los de forma a poder
penetrar nas profundezas das suas raízes.
Com muita simplicidade, imaginei me perguntar, Sou Espírita? O que é ser
Espírita? Eis o que consegui sintetiza...
Eu sou espírita... E o que é ser Espírita?
É não ter vergonha de dizer.. “Eu sou espírita”
É não ter vergonha de ser reconhecido como Espírita
É se doar, acima de tudo, a uma prática espiritual
É reconhecer que uma Casa Espírita é um local onde impera a espiritualidade, o
amor e a fraternidade.
É saber respeitar para ser respeitado; saber amar para ser amado; saber ouvir
para ser ouvido e saber dar de si, por pouco que seja, para receber o mínimo de
Deus em si mesmo
É saber que o espiritismo representa a Lei da Ação e Reação, que não há efeito
sem causa
É reconhecer que aos encarnados foi dada a oportunidade de refazimento do
passado através da reencarnação e que sòmente pelo estudo e da prática das
lições do Mestre se realiza a evolução e o progresso espiritual
É acreditar que o nosso mundo é de espiações
É ter a certeza de que na Casa Espírita se encontra a ajuda aos que desejam
encontrar o caminho do arrependimento e do perdão
É estar conscientes da condição de ternos aprendizes
É saber que para o mundo espiritual só levamos o que conquistamos como mérito de
obras e ações.
Por: Nery Porchia, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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