
Em Preparação, por Emmanuel
Além de demonstrarem que as pessoas mais espiritualizadas são mais felizes, pesquisas realizadas em várias universidades americanas vêm apontando que elas também têm maior facilidade em sair de processos depressivos, menos chance de se suicidarem, menor envolvimento com álcool, cigarro ou drogas,
são menos ansiosas, não têm tantos medos e, as casadas, mais estabilidade e satisfação em seus relacionamentos.
Os estudos também revelam que pessoas com fé enfrentam melhor o estresse e, portanto, envelhecem mais lentamente. A pressão sanguínea torna-se mais baixa, já que a religião traz sensação de paz. A cicatrização pós-cirurgia cardíaca é melhor. Algumas pesquisas também apontaram que pacientes de Aids ligados a práticas religiosas tinham em seus organismos mais linfócitos que atacam o vírus da doença. E pacientes de câncer de mama metastásico, mais células que combatem as cancerígenas. E ainda: pessoas com Mal de Alzheimer tinham declínio mais
lento, com preservação da memória. Outros estudos ainda não publicados apontaram
que pacientes idosos com fé religiosa profunda tinham o mesmo nível de
reatividade vascular do que os jovens.
E esses são apenas alguns dos exemplos citados pelo geriatra e diretor do Centro
para o Estudo da Religião, Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke, na
Carolina do Norte (EUA), Harold Koenig, em seminário realizado em 26 de maio, no
Teatro Cultura Artística, em São Paulo (SP), para a abertura da 5º edição do
Mednesp, o congresso da Associação Médico-Espírita (AME) do Brasil. Segundo ele,
há 20 anos religião e espiritualidade não tinham nada a ver com a Medicina. Mas
isso começou a mudar e hoje os melhores jornais de Medicina americanos têm
publicações mensais, envolvendo o assunto religiosidade. “Para se ter uma idéia
do quanto o assunto vem ganhando espaço, de 1980 a 1982 o tema foi pesquisado e
publicado em 101 artigos. De 2003 a 2005, foram 1,8 mil. Desde 2000 foram quase
três mil artigos. Um aumento dramático importantíssimo sobre religião e saúde”,
declarou Koenig.
De acordo com o pesquisador, de fato a prática religiosa parece ter relação
profunda com a saúde. “As pessoas que crêem, têm fé, acham que vão enfrentar
tudo melhor”, afirmou. E é por isso, segundo ele, que as faculdades de Medicina
estão começando a ensinar que a religiosidade é importante na vida das pessoas.
“Hoje, dois terços das faculdades de Medicina dos EUA, inclusive instituições
acadêmicas e de pesquisa de prestígio como as universidades de Harvard,
Stanford, John Hopkins, Duke, Clínica Mayo e muitas outras, já oferecem cursos
obrigatórios ou eletivos sobre religião, espiritualidade e Medicina”, conta. “A
Medicina é baseada em pesquisas. Quanto mais estudos, boletins médicos, mais
haverá isso na prática clínica. Há 20 anos ninguém questionava o paciente sobre
seu histórico sexual. O tema era visto como algo particular. Hoje é
procedimento-padrão. Daqui a 20 anos isso acontecerá com a espiritualidade”,
acredita Koenig.
O geriatra, que é também editor de duas publicações médicas especializadas, o
International Journal of Psychiatry in Medicine e Research News & Opportunities
in Science and Theology, lembrou em sua apresentação que a Medicina científica
havia excluído completamente a questão espiritual, focando apenas o corpo
humano. “Mas, como se vê, isso começou a mudar. Nos EUA, mesmo, apesar de ainda
haver resistências, já tem se falado em tratamento integral”, completou.
Estudos no Brasil
Os estudos sobre a relação entre Medicina e espiritualidade ainda estão tendo
início no Brasil, mas o pesquisador acredita que o País é o que mais tem
interesse pelo tema religião e saúde. “Acho que se houvessem estudos aqui como
nos EUA eles seriam semelhantes”. De qualquer forma, as coisas, como aposta
Koenig, de fato estão começando a mudar, mesmo que lentamente.
No Brasil, um exemplo claro disso é a Associação Paulista de Medicina (APM) que,
pela primeira vez, apoiou a realização do Mednesp. Seu diretor de Comunicação,
Nicolau D’Amico, afirmou, na abertura do congresso da AME, que “eventos como o
Mednesp deveriam estar na grade curricular. “A APM tem visão ampla do que é a
Medicina. E não temos dúvidas de que este é um tema a ser discutido e incluído
em grades na universidade. A discussão deve ser colocada em prática”, afirmou.
“É muito animador saber que a APM acha o evento muito importante. Nos EUA ainda
não temos o apoio de uma instituição como esta”, completou Koenig.
Internação menor
Outra revelação surpreendente e que pode vir a mudar políticas públicas é a
questão da internação de pacientes. Sim, porque segundo estudos apresentados por
Koenig, as pessoas com fé profunda passam menos tempo internadas em hospitais –
a média é de 10 dias em um período de 10,5 meses para as mais religiosas contra
25 dias para as que não são espiritualizadas. E como a tecnologia da Medicina
tem aumentado em muito os custos das internações, a religiosidade seria, de
fato, um ótimo investimento.
Os médicos reconhecem que o bem-estar espiritual é importante (pesquisas indicam
um índice de 96%). “Setenta e oito por cento acham as crenças relevantes nos
tratamentos e quase 80% acreditam que afetam a saúde de forma positiva. Só 5%
dos médicos abordam o tema”, conta Koenig.
Especialista recomenda dois minutos de entrevista
Koenig ressaltou que a abordagem de questões religiosas com pacientes é uma
tarefa delicada, que requer muita sensibilidade e respeito. “O médico deve
conhecer as tendências religiosas do paciente saber quais são e quão importante
são suas crenças religiosas e espirituais. Se o paciente não segue nenhuma
religião e também não acredita em Deus, o médico deve explorar outras maneiras
de proporcionar a ele o apoio moral que necessita”, disse.
Na apresentação que fez na abertura do Mednesp, Koenig indicou que em apenas
dois minutos de entrevista com o paciente, o médico consegue obter dados que
podem ajudá-lo a se sentir melhor, principalmente com a ocorrência de doenças
consideradas mais graves. Veja algumas de suas recomendações:
• Certifique-se de que as necessidades espirituais do paciente sejam atendidas –
pelo próprio médico ou religioso. Ele deve ser chamado, assim como um
especialista;
• Deve-se explicar o por quê de se estar fazendo perguntas para ele não achar
que isso está ocorrendo por que “está para morrer”;
• Perguntar qual a sua religião, fazendo uma espécie de histórico espiritual;
• Confira se essas crenças trazem conforto ou estresse;
• Veja como as crenças podem influenciar nas decisões médicas;
• Existe algum grupo religioso que visita o paciente?;
O que deve ser evitado
• Não prescreva religião a pacientes não religiosos;
• Não force o levantamento, se ele não for religioso;
• Não faça aconselhamento espiritual, a não ser que tenha treinamento;
• Não faça atividades que não sejam centradas no paciente;
• Não discuta religião, mesmo que seja conflitante com tratamento médico.
Cuidado com o paciente
Em sua segunda visita ao Brasil, Harold Koenig, que tem saúde mental, geriatria
e religião como temas de 24 livros de sua autoria, incluindo o Manual de
Religião e Saúde: Revisão de um Século de Pesquisa, o mais completo tratado
sobre o assunto, lançou o livro Espiritualidade no cuidado com o paciente
(Editora Folha Espírita - FE), um verdadeiro guia para médicos, acadêmicos de
Medicina, enfermeiros e administradores de hospitais.
O livro, de 140 páginas, detalha com clareza os seguintes pontos: por que
incluir a espiritualidade no tratamento do paciente, como o médico pode
identificar e direcionar as necessidades espirituais, o impacto que o
envolvimento médico nessa área pode ter na habilidade do paciente em lidar com a
doença, na relação médico-paciente, na aceitação do tratamento pelo paciente e
na evolução da doença e dos resultados do tratamento médico. Também discute se
há limites éticos que não devem ser ultrapassados e se há momentos em que a
crença espiritual pode interferir no tratamento médico, levando a problemas de
saúde ou agravamento da doença.
“Estou muito feliz em saber que muitos dos meus colegas brasileiros estão
realmente interessados neste assunto. Espero que meu livro possa prestar uma
contribuição para uma abordagem mais completa das questões relacionadas com a
saúde das pessoas, tratando ao mesmo tempo do corpo, da mente e do espírito do
paciente como um sistema único e indivisível”.
Dia 01 de 1858
Em Paris, França, Allan Kardec funda a Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas.
Dia 01 de 1918
Nasce em Buquim, no sul de Sergipe, José Martins Peralva Sobrinho, mais
conhecido como Martins Peralva. Desencarna em 3 de setembro de 2007, em Belo
Horizonte, MG.
Dia 01 de 1972
O Jornal Mundo Espírita, da Federação Espírita do Paraná, muda seu formato para
tablóide, com 12 páginas e circulação mensal.
Dia 01 de 1994
Aberto o 3º Encontro Confraternativo de Juventudes Espíritas do Paraná, em Campo
Largo, com Raul Teixeira. Tema: A busca da identidade. Evento encerrado em 3 de
abril de 1994.
Dia 01 de 2001
Encerramento do 5º Simpósio Paranaense de Espiritismo, no Ginásio de Esportes do
Círculo Militar do Paraná, em Curitiba, com o tema Espiritismo, educação para a
paz, com a coordenação de Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira. Abertura no
dia 30 de março de 2001.
Dia 01 de 2005
O Jornal Mundo Espírita, da Federação Espírita do Paraná, muda a sua
diagramação.
Dia 02 de 1869
Em Paris, França, é sepultado o corpo de Allan Kardec, no cemitério de
Montmartre.
Dia 02 de 1901
Em Juiz de Fora, MG, fundado o Centro Espírita União, Humildade e Caridade,
considerado o primeiro Centro Espírita daquela cidad... Saiba mais...