Ensinar, por Espíritos Diversos
Kardec e os Detratores
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Comumente encontrarmos, aqui e ali, ferrenhos opositores dos
postulados espíritas. Embebidos de um forte sentimento de repulsa, lançam mão de
diversos argumentos para afirmarem que o Espiritismo é "coisa" do demônio, para
pessoas leigas, de gente "bitolada". De modo agressivo, tentam dissuadir-nos da
crença na reencarnação, na mediunidade, na multiplicidade de mundos habitados...
Muitas vezes nos ofendemos com tais pessoas e sentimos um forte desejo de sair
em defesa, criticando-lhes os pontos de vista, os absurdos bíblicos, o
materialismo cego, o egocentrismo desmedido e tantas fórmulas esdrúxulas de que
se utilizam. Todavia, procedendo assim longe estaremos de nos diferenciarmos
desses irmãos, assumindo postura semelhante.
Nesses momentos de descontentamento, a figura do Mestre Lionês deve ser o nosso
exemplo.
Sempre procurado por diverso tipo de pessoas e submetido a toda sorte de
perguntas, nunca se exacerbou, deixando que o descontrole dele tomasse conta.
Quando percebia no questionador o propósito único de depreciar a imagem da
Doutrina, argumentava, ponderado, que nenhum interesse tinha em submeter-se aos
seus caprichos, pois o objetivo do Espiritismo não é criar prosélitos, mas sim,
levar aqueles de crença sincera a buscarem o melhor para si próprios. Embora
muitos fossem homens de notável cultura, não se preocupava em convencê-los,
compreendendo as necessidades de cada um e respeitando as suas convicções.
Ao sentir no opositor um fanático religioso, ouvia-o com atenção e em momento
algum lançava mão de argumentos ofensivos, respondendo a contento as perguntas
propostas e esclarecendo ao interlocutor os pontos doutrinários espíritas,
sempre brando e enérgico, nunca agressivo e submisso.
Se buscado por aqueles que nada tinham contra a Doutrina e que se imbuíam de um
desejo verdadeiro de aprender, com a mesma paciência e disposição prestava
esclarecimentos e, caso solicitado, encaminhava estes a um estudo mais sério e
detido das manifestações, levando-os à compreensão que ele mesmo já havia
logrado.
Portanto, se pretendemos a defesa doutrinária do Espiritismo, a única forma de
não sucumbirmos é seguir as pegadas de Kardec. Ao invés de retribuirmos a ofensa
com o desequilíbrio, devemos ser firmes em realçar as verdades espíritas sem,
contudo, condenar as "verdades" que esta ou aquela pessoa queira nos impor,
deixando que o tempo se encarregue de fazê-las enxergar seus equívocos.
E, caso não nos seja suficiente toda essa argumentação, ouçamos o próprio Allan
Kardec a dizer: "Quando uma coisa é má, todos os elogios não a tornarão boa. Se
o Espiritismo é um erro, ele cairá por si mesmo; se é uma verdade, todas as
diatribes não farão dele uma mentira." (O Que é o Espiritismo, cap. I, pág. 16,
ed. IDE).
Por: Pedro Camilo, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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