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Em trânsito pelos caminhos terrestres, a cada dia tua capacidade de observação se aprimora, oferecendo aos teus raciocínios largo material de observação.

Parece, ao teu olhar, que a Humanidade desandou, apesar de tanta cultura.

A agressividade campeia desenfreada, como incontrolável animal em campina sem fim.

Escasseia a paz, fazendo com que os homens se armem, uns contra os outros. O discurso parece distante da prática.

Diante de alguns dias de sol abundante, seguem-se horas intermináveis de nuvens escuras, despejando sobre os lares aguaceiro devastador.

Imaginas que a segurança para teu lar pode ser uma grade forte, fios eletrificados e monitoramento dos passos alheios.

Dessa maneira, deixas entender que todo mundo é suspeito, até prova em contrário.

Tens a impressão de que a cultura avançou sobre as rodas de um veículo ligeiro, enquanto a ética anda muito longe, caminhando lentamente ao lado de uma montaria cansada.

Tantos livros, bibliotecas e incontáveis analfabetos!

Campos fartos e fome nas metrópoles.

Lojas abarrotadas de artigos de vestuário e cada dia tens notado mais corpos desnudos.

A medicina proclama seus avanços admiráveis e milhares tombam sob o contágio de enfermidades cruéis.

Tantos templos religiosos e a descrença reinando solta nas consciências.

Discursos espiritualistas e condutas materialistas.

Cartas e leis admiráveis em torno dos direitos humanos e, por toda parte, a indiferença, o abuso e a invasão desses direitos, fazendo do outro simples estatística.

Homens e mulheres andando na praça com seus animais de estimação, enquanto seus genitores estão em abrigos da terceira idade, mergulhados na dolorosa saudade dos afetos.

Fala-se em luz, em claridade abundante, em ruas iluminadas pelos néons e leds de alta tecnologia. No entanto, muitos transeuntes estão em densas sombras íntimas.

O riso no palco e o choro convulsivo na coxia.

A gargalhada estridente no cinema ou no show da celebridade. Logo após, a agonia íntima, arrastando o ser para o paroxismo das emoções em desgoverno.

Ou muito agito ou muita paralisia. Som muito alto. A conversa ao celular é quase aos gritos.

Quem realmente és tu?

E te perguntas: Ainda cabe Jesus no coração da criatura humana?

Qual o resultado de dois mil anos de Cristianismo?

Buscas, então, refúgio numa pequena porção de natureza, um lugar à parte desse burburinho quase enlouquecedor e tentas obter alguns momentos de silêncio, refazendo teu inquieto mundo interior.

Ora.

Silencia.

Medita.

Recorda o Divino Amigo, em ouvindo novamente a severa advertência: No mundo, tereis aflições!

Ele também atravessou um tempo parecido com esse, em proporção numérica menor. Contudo, as agonias eram as mesmas, as buscas, as ilusões...

Adestra tua paciência.

Acalma teus raciocínios.

Testa tua resiliência.

Se chegaste até aqui, com Jesus podes ir um pouco mais adiante.

Confia. Trabalha, ama e segue.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Marta, psicografia de Marcel Mariano, em Salvador, Bahia, em 19.5.2024. Do site: https://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=7217&stat=0


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