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Havia um aluno muito agressivo e inquieto naquela escola.

Ele perturbava a classe e arrumava frequentes confusões com os colegas.

Era insolente e desacatava a todos. Parecia sentir prazer em perturbar. Onde ele estivesse, podia-se ter a certeza de alguma confusão.

Repetia os mesmos erros com frequência.

Parecia incorrigível.

Os professores não suportavam mais sua presença.

Chegaram a planejar expulsá-lo do colégio.

Foi então que entrou em cena um professor que resolveu investir naquele jovem.

Disseram que seria perda de tempo. Tratava-se de um caso perdido, sem solução.

Mesmo não tendo apoio de seus colegas, o professor começou a procurar o aluno nos intervalos das aulas para conversar.

No início, era apenas um monólogo, só o professor falava.

Aos poucos, ele começou a envolver o jovem com suas próprias histórias de vida e com suas brincadeiras.

De modo gradativo, os dois construíram uma ponte entre seus mundos.

O professor descobriu que o pai do rapaz era alcoólatra e espancava o garoto e sua mãe.

Compreendeu que embora ele parecesse insensível, já tinha chorado muito.

Entendeu que a agressividade que exteriorizava na escola, era uma reação desesperada de quem pedia ajuda.

Só que ninguém, até então, havia decifrado sua linguagem.

Era mais fácil julgá-lo do que entendê-lo.

Sua agressividade era um eco da violência que recebia. Era a manifestação da sua própria incapacidade de reverter a situação no lar.

Ele não era réu, era vítima.

Seu mundo emocional não tinha cores.

Não lhe haviam dado o direito de brincar, de sorrir e de ver a vida com confiança.

Agora estava quase perdendo também o direito de estudar, de ter a chance de progredir.

Estava para ser expulso do colégio.

A partir das conversas com o professor, o jovem se sentiu querido, apoiado e valorizado, pela primeira vez na vida.

De forma paciente, o professor passou a lhe educar as emoções.

Em poucas semanas, todos estavam espantados com a mudança ocorrida.

O rapaz revoltado começou a demonstrar respeito pelos outros.

Abandonou sua agressividade e passou a ser afetivo.

Cresceu e tornou-se um aluno extraordinário.

Tudo isso porque alguém não desistiu dele.

Professores ou pais, todos queremos educar jovens dóceis e receptivos.

Queremos ver brotar diante de nossos olhos as sementes que semeamos.

No entanto, aparecem jovens que nos desapontam, que testam nossa qualidade de educadores.

Temos filhos complicados que testam a grandeza do nosso amor.

Surgem alunos insuportáveis que provam nossa capacidade de humanismo como mestres.

Se pertencermos ao rol dos pais brilhantes e professores fascinantes não desistiremos dos jovens, mesmo que eles causem frustração e não nos deem o retorno imediatamente esperado.

Paciência é o segredo.

A educação do afeto é a meta.

Os alunos que mais decepcionam hoje poderão ser aqueles que mais alegrias nos trarão no futuro.

Basta investir tempo e dedicação a eles.

Pensemos nisso.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5 do livro Pais brilhantes - professores fascinantes, de Augusto Cury, ed. Sextante. Do site: https://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=7184&stat=0


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