Ensinar, por Espíritos Diversos
Um Rei Incomum
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Os reis nascem em palácios, cercados de todo conforto, entre rendas, bordados
e finos tecidos, em berço preparado com antecedência.
Ele nasceu num estábulo, que lhe foi emprestado, cercado por animais que ali se
abrigavam. O carinho de Sua mãe o envolveu em panos que levara consigo na longa
viagem.
Os reis dispõem de criados que os servem, a qualquer hora.
Ele afirmou que não viera para ser servido, mas para servir.
Os reis têm quem lhes prepare as refeições e as sirvam em pratos de fina
porcelana.
Ele preparou fogo, na praia, assou peixes e distribuiu as porções, ali mesmo,
aos Seus seguidores.
Os reis têm servos para os auxiliarem a se vestir, escolher a melhor roupa.
Ele cingiu uma toalha em torno dos rins e lavou os pés dos que elegera para
continuadores da Sua obra.
Os reis preparam grandes mausoléus para lhes receber os restos mortais.
Ele precisou da compaixão de um amigo que lhe cedeu uma tumba jamais usada para
lhe acolher o corpo sem vida.
Os reis são conhecidos pelos largos domínios de sua propriedade.
Ele afirmou não dispor de uma pedra para recostar a cabeça.
Os reis, em suas viagens, são anunciados por batedores, que lhes abrem o
caminho, enquanto seguranças garantem que ninguém invada o perímetro por onde
eles haverão de transitar.
Ele se serviu de um homem rude, vestido com pele de animal, uma cabeleira que
chamava a atenção, uma voz que soava alta: Eu sou a voz que clama no deserto.
Aplainai os caminhos do Senhor.
E quando chegou, viveu cercado pelo povo necessitado de toda ordem, do corpo e
do espírito. Jamais pediu que alguém fosse afastado de Sua presença ou impedido
de se lhe aproximar.
Na única oportunidade, em que os que O amavam tentaram deter as crianças de irem
ao Seu encontro, pois desejavam que repousasse um pouco, Ele advertiu: Deixai
vir a mim os pequeninos e não os impeçais.
Os reis viajam em carros luxuosos, com ar-condicionado, a velocidades incríveis.
Ele realizava suas viagens, a pé, nas estradas poeirentas, no calor dos dias, ao
sabor dos ventos.
Uma vez somente montou um jumento. Foi tão inusitada Sua entrada na cidade que o
povo acorreu, dispondo à Sua passagem, ramos de oliveira, de palmeira, ou seus
próprios mantos.
O povo decidira honrá-lO dispondo o tapete do Seu afeto, materializado com o que
tinham à mão.
Os reis têm secretários para ajustarem a sua agenda, verificando se dispõem de
tempo para esse ou aquele compromisso.
Ele estava à disposição a qualquer hora, tanto que, por vezes, não lhe davam
tempo para a refeição ou o repouso.
Os reis têm anunciados os seus pronunciamentos com antecedência a fim de que
todos se preparem para ouvir.
Ele subia a um monte, ou se posicionava num barco, próximo à margem de um lago e
se punha a falar para quem O desejasse ouvir.
Os reis decretam leis conforme sua vontade, seus caprichos.
Ele ofereceu a lei de amor, dizendo-se intérprete da vontade do Pai Celeste.
Os reis se permitem burlar as leis, quando lhes convêm.
Ele foi sempre o cumpridor das leis dos homens, mesmo que pudessem parecer
injustas.
Um Rei em tudo incomum. Sigamo-lO.
Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita. Do site: https://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=7074&stat=0
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