Ensinar, por Espíritos Diversos
Instabilidade nas Instituições Humanas
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É consenso, até pela realidade dos dias atuais e complexidade das
circunstâncias, que vivemos dias de insegurança, de instabilidade social. Todas
as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas vivem agitação que
perturba e traz aflições variadas, com desdobramentos lamentáveis. Isso porque a
imaturidade humana se reflete na vida social e nas instituições que agregam
variados segmentos de atuação de homens e mulheres, sejam essas pessoas
autoridades, pessoas comuns ou famosas, lideranças de qualquer segmento,
influenciado negativamente o transitar da vida.
Os desdobramentos aí estão com enfermidades que se multiplicam – especialmente
devido ao peso das emoções em desequilíbrio – por vários fatores, o desemprego,
separações, crimes de todo tipo (inclusive a lamentável corrupção galopante que
se insere em tudo) e as dificuldades de todo tipo nos relacionamentos, além da
própria tensão da vida social. Nem é preciso citar ampliar as citações. As
ocorrências nos afetam diretamente a todos.
Um parágrafo, todavia, de um gênio da Humanidade, um autêntico benfeitor que
ainda será reconhecido no tempo, situa a causa de todo esse difícil quadro do
momento. Peço ao leitor ler e reler, atentamente, no detalhe das expressões ou
no todo do texto, a abrangência desse pequeno parágrafo:
“(...) Constituem (...) o penhor da paz, da tranquilidade e da estabilidade nas
coisas da vida terrestre. Eis porque todas as instituições humanas, políticas,
sociais e religiosas, que se apoiarem nessas palavras, serão estáveis como a
casa construída sobre a rocha. Os homens as conservarão, porque se sentirão
felizes nelas. As que, porém, forem uma violação daquelas palavras, serão como a
casa edificada na areia: o vento das renovações e o rio do progresso as
arrastarão.”
Notem os leitores que no curto parágrafo há um amplo olhar sobre nossa
realidade. Talvez o leitor se pergunte: a) Quais palavras? b) Qual o simbolismo
da casa construída sobre a rocha? c) E da casa edificada na areia? d) E como
entender o vento das renovações e o rio do progresso? e) E como assim, as
arrastarão?
Antes de maiores considerações, as palavras a que se refere o autor, como ele
mesmo afirma no início do mesmo parágrafo e que na transcrição omitimos, “São
eternas as palavras de Jesus, porque são a verdade (...)”. O autor do citado
parágrafo é Allan Kardec, Codificador do Espiritismo. O parágrafo está no
capítulo XVIII – Muitos os chamados, poucos os escolhidos, constante de O
Evangelho Segundo o Espiritismo, no subtítulo: Nem todos os que dizem: “Senhor!
Senhor!” – entrarão no Reino dos Céus.
Já percebe o leitor que a expressão Reino dos Céus abre outra perspectiva que
amplia o raciocínio, já que ele não constitui um lugar, mas sim um estado
interior, de felicidade, paz consciencial. E considerando que as palavras de
Jesus constituem a verdade, são eternas e estáveis, a construção da casa sobre a
rocha é a adoção de comportamento compatível com aquelas palavras que ensinam e
orientam, preservando-nos dos precipícios morais. A construção sobre a areia
significa a adesão às variadas ilusões temporárias que a vida oferece, seduzindo
com desdobramentos aflitivos para o futuro. Ora, e o vento das renovações e o
rio do progresso é por força da Lei de Progresso, que tudo renova e modifica com
o tempo. Impossível conter o progresso, embora possamos durante algum tempo
criar-lhe obstáculos temporários.
Orientar nossa vida na rocha dos ensinos e afirmações do Mestre da Humanidade
constrói estabilidade e segurança, pois que imbatíveis, insuperáveis,
indestrutíveis, pois que eternos. Iludir-se com a areia das variadas seduções do
cotidiano gera a instabilidade, a insegurança interior que se reflete na vida
social.
Não é difícil concluir que o presente tumulto social, essa instabilidade e
insegurança das instituições, é fruto da adesão às ilusões que enganam os
cidadãos que se distribuem nas diversas profissões e segmentos da vida social,
inclusive quando na condição de autoridades e lideranças.
O que mais se vê são os apegos à posse, ao ter, ao invés da construção interior
do ser. Não é regra, pois há muita gente consciente no mundo, mas a grande
maioria ilude-se com promessas, com ganho fácil – daí advindo todo essa
enxurrada de abusos, crimes, manipulações e explorações –, buscando obter
vantagens a qualquer custo, com auto promoção pessoal, com aparências falsas,
entre outras situações, cavando um poço de aflições que mais cedo ou mais tarde
arrebentarão em dores e sofrimento, como já vem ocorrendo.
Mas sempre é tempo de mudar, de renovar-se. Buscar a sabedoria, experiência e
maturidade da perfeição de Jesus é opção para construir a estabilidade e
segurança que desejamos.
Não nos iludamos. A vida tem propósitos de progresso e felicidade. Busquemos o
entendimento do jugo suave e do fardo leve (daquele que se submete à Lei
Divina), para que a tranquilidade nos abençoe o dia. Afinal, a série dos Bem
aventurados... (ou felizes aqueles) não por acaso está à nossa disposição.
Busquemos o Cristo, iniciemos com o primeiro passo, sem alarde, sem receio, com
disposição!
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor para publicação em nosso site
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