Ensinar, por Espíritos Diversos
Parece o Cássio ou Parece o Alexandre?
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Esposa e eu somos pais de filhos gêmeos, após a primogênita Cíntia. Estão
hoje caminhando para os 40 anos. Não são idênticos, até porque foram duas
bolsas, mas são os chamados “gêmeos fraternos”. Todavia, guardam muita
semelhança. A mãe nunca se confundiu, mas eu já troquei os nomes várias vezes.
Vez por outra olhamos um deles, seja de perfil ou de costas e até mesmo de
frente, e embora saibamos de qual se trata, a semelhança é incrível. A ponto de
dizermos: olha como parece...
Adultos, resolveram ambos deixar barba, aí ficou ainda mais complicado. Para as
pessoas de pouca convivência, a confusão é sempre presente (tanto que ninguém
arrisca chamar pelo nome) e para aqueles que não sabem do irmão gêmeo, as
situações são bem engraçadas. Quando eram pequenos, na fase escolar, os colegas
ligavam e chamavam pelo nome de ambos, como a indicar que tanto fazia ser um
como ser o outro.
As situações são as mais diversas a ponto de quando são cumprimentados por
amigos que não são comuns a ambos, a pessoa não consegue entender porque a
reação ao cumprimento foi diferente ao habitual. Afinal porque ele reagiu
diferente? Sem saber a pessoa que se tratava do outro.... Em filas,
abastecimento de veículos, padarias e outros lugares, é comum que sejam
confundidos. Nada mais natural, pois são muito parecidos. Houve até uma
“denúncia” de uma colega para a namorada de um deles de que “seu namorado estava
com outra mulher na pizzaria”. Mas não era ele, era o outro... Situação bem
peculiar e engraçada essa.
A porcentagem de gêmeos no Brasil é relativamente expressiva, em torno de 20%. O
tema abre perspectivas imensas, envolvendo estatísticas, probabilidades, fatores
genéticos, chances da gestante com histórico familiar ou não, cuidados
envolvidos, fertilidade ou infertilidade, inseminação artificial e, claro, o
próprio comportamento, habilidades, hábitos e preferências de gêmeos – às vezes
totalmente diversos e muitas vezes muito semelhantes. Sem esquecer o
comportamento dos pais também, o relacionamento com irmãos, as histórias
curiosas que se desenvolvem com esse tipo de nascimento – mesmo envolvendo o
casamento depois na vida adulta –, entre outros fatos que podem ser pesquisados,
com rico material disponível.
Muitas reportagens e mesmo filmes já foram produzidos envolvendo a questão, onde
mesmo o nome é fonte de curiosidades e informações que produzem muita surpresa,
dado o histórico existente nos diferentes países sobre essa peculiar realidade,
quando não ocorrem ainda os casos de mais filhos numa mesma gestação.
Mas todo esse preâmbulo não teve outra finalidade senão perguntar: e o
Espiritismo o que diz? Afinal porque nascem gêmeos? E os siameses? Alguns foram
separados, outros casos não permitiram essa cirurgia. Qual a causa de todo esse
desdobramento tão variável?
Sugiro ao leitor buscar as questões 203 a 217 de O Livro dos Espíritos.
Especialmente nas questões 211 a 214 onde a abordagem é mais específica. Tais
questões abrem notável apreciação, inclusive sobre afinidade ou falta dela.
Afinal a gestação gemelar pode significar afinidade entre espíritos ou
necessidade corretiva para ambos, em processos de prova, expiação e mesmo
abnegação, a depender do caso, envolvendo também os pais e os irmãos, claro. É
um estudo muito cativante. Refletir sobre a temática apresenta, como não poderia
deixar de ser, a clareza e sabedoria das Leis Divinas, bem como a lógica da
reencarnação e seu planejamento. Espíritos muito ligados, pelo amor ou pelo
ódio, ou ainda por necessidades que não temos dimensão de avaliar, podem vir
juntos numa gestação gemelar, em casos considerados de normalidade ou nos
complexos processos de corpos ligados entre si, muitas vezes sem possibilidade
de cirurgia que os separe.
Espíritos afinados no sentimento e nos propósitos podem vir juntos para
determinadas tarefas ou missões e mesmo se candidatarem ao fato para progresso
da ciência, ao mesmo tempo muitos pais cumprem programas reparatórios que
igualmente não temos condições de avaliar ou mesmo conhecer, pelo menos na
realidade palpável da presente encarnação.
Por outro lado, grandes adversários podem vir juntos para as tratativas de
conciliação, enquanto outros casos mais graves se envolveram em tanto ódio que
criam laços tão expressivos que depois se apresentam como os casos de siameses.
Em nada, contudo, pode-se fechar raciocínios ou apresentar respostas prontas e
definitivas. Não há dois casos iguais e cada caso atende a peculiaridades que
nos escapam à observação comum e superficial. Um sábio planejamento de
reencarnação está nos bastidores de cada situação, atendendo à necessidade de
cada espírito envolvido com a temática, sejam pais, sejam filhos, sejam irmãos.
Enquanto isso, na realidade do cotidiano, a gente se descontrai com as situações
curiosas, divertidas e em certos casos até embaraçosas com nossos gêmeos. Afinal
parece um... mas é outro. É engraçado porque às vezes até o jeito de sentar-se,
a expressão do rosto e mesmo certos movimentos são idênticos e se você não
prestar a atenção devida, vai se confundir...
Realidades que aí estão para todos aprendermos uns com os outros. Deus não dá
explicações, estimula a reflexão para que entendamos a vida e seus sábios
mecanismos.
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor para publicação em nosso site
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