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Notáveis são as ensanchas que o tempo nos oferta, ao longo das experiências humanas.

Ninguém que logre evadir-se da pujante influência temporal.

Os minérios envelhecem, transformando-se gradualmente.

Os vegetais, desde o unicelular, se desenvolvem no bojo dos milênios, até que se convertam suas expressões na gigantesca sequoia.

Do protozoário ao símio e deste ao homo sapiens, eis o tempo operando a sua inderrotável tarefa, convertendo o mínimo no máximo, derrubando construções que se podia imaginar fossem perpétuas, silenciosa e continuadamente.

Qual o destino do homem, assinalado pelas influências temporais?

De que serve o tempo para a carreira inestancável do Espírito? O tempo, em representando caminho de realização para a alma, vem sendo agigantado desafio para os pensadores das ciências, quanto das filosofias humanas.

Lançados nas paragens barônicas dos mundos materiais, ajustados aos movimentos ciclópicos do planeta Terra, os seres espirituais, filhos de Deus, em franco processo evolutivo, vão aos poucos despertando as capacidades psíquicas, de modo que elaborem, a pouco e pouco, o ser angélico que deverá plainar acima das conjunturas planetárias, no empenho de melhor cooperarem como Celeste Psiquismo do Criador não criado do Universo.

A longo do tempo de Deus, cada ser avança, desde as nascentes da razão aos píncaros da integração com o Cosmo, formidável obra do Sublime Autor.

Detém-te, ó criatura, e analisa o que te cabe fazer nos trilhos dos milênios que tens ao teu dispor, a fim de que te levantes do chão do mundo para os altos cimos.

Cada situação difícil representa o aprendizado que ainda não fizeste, e que necessitas desenvolver, ao mesmo tempo que as peripécias da evolução que identificas como fáceis ou banais, significam o exercitamento do que já aprendeste, em outros passados momentos do teu jornadear planetário.

É por meio do tempo, indubitavelmente, que os implementos do psiquismo se vão estruturando, alevantando, iluminando-se, sem limites, na marcha para Deus.

Para um pouco, no rumo em que segues, e medita sobre as multiplicadas ocasiões de avançar para a Grande Luz, que o Espírito anela, ainda mesmo quando de modo inconsciente.

Conscientizado do teu papel no programa do Senhor, não te detenhas a lamentar pelas deficiências do gênero humano, tampouco por causa das agruras da violência que estruge, grotesca, nesses dias perturbados da Humanidade.

Tens um programa de vida a cumprir. Não te deves estancar, mesmo perante todos os tipos de dificuldades. Não estás à matroca nos territórios humanos. Não é por casualidade que te encontras no mundo corpóreo.

O Senhor te assinalou, como aos teus irmãos da marcha progressiva, para a plenitude, para a completude, que deverás conquistar pouco a pouco.

Analisando todos esses dados, avaliando todos os avanços que já fizeste, desde o troglodita ao homem da economia e da máquina, seguindo adiante com passos firmes, asseguramo-nos de que o teu tempo é o tempo de hoje, não o esqueças nem duvides. Toma, assim, da charrua do progresso, não te permitas atordoar pelos erros e paixões negativas do teu pretérito e deixa-te alcandorar para o grande Mundo da Mente libertada e iluminada, que te conferirá a felicidade plena.

Hoje, quando pensamos no tempo e nos compromissos com o Cristo Excelso, o Patrocinador das nossas oportunidades de iluminamento, evocamos mais um ano de tarefas e labores da nossa Casa Federativa do Paraná, o seu 92º aniversário, pomo-nos genuflexos, de modo a dirigir a nossa gratidão a Deus, com a alma embargada por suaves emoções. Erguemo-nos, junto a todos os que, da Imortalidade prosseguem homenageando a Jesus, através do tempo, com maior e mais lúcida disposição.

É nesse clima de festa espiritual que buscamos o cerne dos corações amigos, que ora reencarnados, se desincumbem dos formosos deveres de conduzir os destinos terrenos do nosso abençoado Movimento Espírita Paranaense, tendo que mover, com bom ânimo e lucidez, o timão da Federação Estadual.

Conosco, os nobres amigos Abibe e Melo, Henrique e Raitani, Guaracy e Hugo Reis, Dona Mariinha e o Lins, que me incumbiram de falar por todos nós. Assim, em processo de franca alegria que não nos permite olvidar o acúmulo de responsabilidades, queremos abraçá-los comovidos.

Que Deus fortifique a nossa Casa Máter! Que o Senhor os inspire no trajeto do tempo, pois não o podemos desmerecer. O nosso tempo chama-se hoje, não nos esqueçamos.

Guardando essa querida família espírita do Paraná em nossa prece de carinho, sou o companheiro e servidor, sempre reconhecido.


Por: Sebastião Paraná, Psicografia de Raul Teixeira, em 14.8.1994, no encerramento da 1ª Conferência Estadual Espírita, no Colégio Lins de Vasconcellos, em Curitiba/PR. Do site: http://www.raulteixeira.com.br/mensagens.php?not=356.


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