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No estatuto divino não há penas eternas.

Por mais grave que seja o delito, a reabilitação é sempre possível.

O Universo canta o progresso.

As espécies animais e vegetais, as sociedades humanas, tudo está em permanente evolução.

Admitir a existência de penas eternas é ir contra essa realidade.

Deus é soberanamente justo e bondoso e não puniria eternamente uma falta temporária.

Entretanto, a lei de causa e efeito atua no Universo.

As leis divinas encontram-se registradas na consciência de cada Espírito.

A própria consciência é o juiz que lavra a sentença de ventura ou sofrimento.

Absolutamente nada do que se faz permanece sem consequências.

Quem semeia dores colhe sofrimento.

Quem espalha a bondade ao seu redor prepara um amanhã de paz e bem-estar.

Na harmonia cósmica, apenas o bem, obra do Criador, é eterno.

O mal resulta do agir equivocado e imaturo das criaturas e é eminentemente transitório.

Mas todo ato deliberadamente mau é registrado na consciência e gera desequilíbrio.

A reabilitação perante as leis divinas pressupõe expiação, arrependimento e reparação.

A expiação não é necessária em todos os casos.

Ela deriva mais da dureza dos corações humanos do que do império dos estatutos divinos.

Ela é a soma de dores necessária para a alma desgostar-se do vício que a acomete.

Sua função assemelha-se à da dor para o corpo físico.

Quando alguém coloca a mão no fogo, sente dor.

Trata-se de um aviso de que o ato em questão coloca em perigo a vida ou a saúde.

A dor não é um castigo, mas uma advertência.

Com a expiação é semelhante, pois o sofrimento que ela propicia destina-se a conscientizar o Espírito de que está em mau caminho.

Sem esse sofrimento ele aprofundaria os equívocos e mais se infelicitaria.

Enquanto não surge a consciência do equívoco e a disposição para enfrentar suas consequências, a expiação persiste.

O sofrimento, moral ou físico, não é um fim em si mesmo.

Ele se destina a propiciar o progresso, a integração da alma na harmonia da Criação.

Esse progresso somente se verifica quando ocorre também o arrependimento do mal praticado.

A título de arrependimento não conta apenas o medo das consequências.

Tão raso sentimento não indica real evolução.

Ele pode sinalizar apenas covardia e a possibilidade de reincidência.

O genuíno arrependimento advém da ciência de ser condenável o próprio agir.

Quem se arrepende apresenta-se mortificado pelo comportamento que adotou e deseja ardentemente reparar o que fez.

A reparação é o arremate da reabilitação.

Não basta expiar e arrepender-se.

É necessário enfrentar e desfazer as consequências dos próprios atos.

Quem semeou o desespero na vida dos semelhantes precisa espalhar a esperança.

Aquele que humilhou e feriu necessita amparar e curar.

O homem que matou deve tornar-se um agente da vida.

A quem roubou, impõe-se a devolução.

Conforme a extensão das consequências do que se fez, a reparação pode demandar inúmeras encarnações.

Mas a alma sinceramente arrependida dedica-se com prazer ao resgate de suas faltas.

Afinal, somente após reabilitar-se perante a própria consciência é que alcançará a paz.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=6559&stat=0


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