O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
A Dádiva de Viver
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Por vezes, você caminha pela vida com o olhar voltado para o chão, pensamento
em desalinho, como quem perdeu o contato com sua origem divina.
Olha, mas não vê... Escuta, mas não ouve. Toca, mas não sente...
Perdido na névoa densa, que envolve os próprios passos, não percebe que o dia o
saúda e convida a seguir com alegria, com disposição, com olhar voltado para o
horizonte infinito, que lhe acena com o perfume da esperança.
Considere que seu caminhar não é solitário e suas dores e angústias não passam
despercebidas diante dos olhos atentos do Criador, que lhe concede a dádiva de
viver.
Sua vida na Terra tem um propósito único, um plano de felicidade elaborado
especialmente para você.
Por isso, não deixe que as nuvens das ilusões e de revoltas infundadas contra as
leis da vida tornem seu caminhar denso e lhe toldem a visão do que é belo e
nobre.
Siga adiante refletindo na oportunidade milagrosa que é o seu viver.
Inspire profundamente e medite na alegria de estar vivo, coração pulsante,
sangue correndo pelas veias e você, vivo, atuante, compartilhando deste momento
do mundo, único, exclusivo. E você faz parte dele.
Sinta quão delicioso é o aroma do amanhecer, o cheiro da grama, da terra após a
chuva, do calor do sol sobre a sua cabeça ou da chuva a rolar sobre sua face.
Sinta o imenso prazer de estar vivo, de respirar. Respire forte e intensamente,
oxigenando as ideias, o corpo, a alma.
Sinta o gosto pela vida. Detenha-se a apreciar as pequeninas coisas que dão
sentido à vida.
Aquela flor miúda que, em meio à urze sobrevive linda, perfumosa, a brilhar como
se fosse grande.
Sinta-se vivo ao apreciar o voo da borboleta ou do pássaro à sua frente.
Escute os barulhos da natureza, a água a escorrer no riacho ou simplesmente
aprecie o céu, com suas nuvens a formar desenhos engraçados, fazendo e
desfazendo-se sob seus olhos.
Quão maravilhosa é a vida!
Mas, se o céu estiver escuro e você não puder olhá-lo, detenha-se no
micro-universo. Olhe para o chão.
Quanta vida há no chão...
Minúsculos seres caminhando na terra, na grama...
A formiga na sua luta diária pela sobrevivência...
A aranha a tecer sua teia, caprichosamente. Tantas coisas para ver, ouvir,
sentir, cheirar, para fazer você se sentir vivo.
Observar a natureza é pequeno exercício diário que fará você relaxar, esquecer
por instantes as provas, ora rudes, ora amenas, que a vida lhe impõe.
Somos caminhantes da estrada da reencarnação somando virtudes às nossas vidas
ainda medíocres mas que se tornarão luminosas e brilhantes.
Aprenda a dar valor à dádiva da vida. Isso fará o seu dia se tornar mais leve e,
em silêncio, sem palavras, sem pensamentos de revolta, você terá usufruído um
momento de louvor a Deus.
Aprenda a silenciar o íntimo agitado e a beneficiar-se das belezas do mundo que
Deus lhe oferece.
A sabedoria hindu aprecia, na natureza, o que Deus desejou para ela: que fosse
aliada do homem no seu progresso, oferecendo o alimento, dando-lhe os meios de
defender-se das intempéries.
E, sobretudo, sendo o seu colírio diário suavizando as aflições da vida.
Pense nisso, e aprenda a dar graças pela dádiva de viver.
Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Stephano, psicografia de Marie-Chantal Dufour Eisenbach, na Sociedade. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1261&stat=0
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