Ensinar, por Espíritos Diversos
Escola Soberana
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A expressão que usamos como título é de Emmanuel. Está no livro Roteiro, no
capítulo 10.
Referido livro tem Prefácio datado de 10 de junho de 1952.
O autor classifica a Religião como a escola soberana para formação moral do
povo. Apesar das variadas manifestações religiosas no planeta, com tantas
interpretações – muitas vezes divergentes e conflitantes (conflitos esses
causados pelos diferentes níveis de maturidade) entre si –, realmente ela se
constitui no norteamento para o ser humano. Não importam as diferenças, isso é
secundário. O que vale é a busca da Divindade, a valorização da conexão com Deus
– ainda que se dê nomes diferentes e mesmo o entendimento sofra tantas
variações. Isso igualmente é absolutamente secundário.
O que se deve destacar é que a Religião, com ou sem rituais, com ou sem as
características próprias de cada manifestação e nível de entendimento
particular, a religião propõe a busca de valores internos e a construção
continuada do elo de ligação com o Poder Absoluto que governa a vida. Essa
proposta – e repetimos: mesmo com tantas formas diferentes de interpretação –
modifica o ser humano, oferece-lhe guarida e especialmente propõe uma conduta
nova, renovada, estimulando a solidariedade, o amor na convivência, incentivando
o cultivo da fé, aquela mesma que “remove montanhas”.
A fé é latente em todos nós, precisa igualmente ser buscada, incentivada,
construída, cultivada. Esse o papel da religião. Esse papel prioritário provoca
as mudanças interiores que melhoram a vida íntima, que se projeta para a vida
social.
É escola soberana porque vai além do papel escolar de instruir, pois que alcança
o sentimento modificando-o para melhor.
No mesmo capítulo, o autor conclui com sabedoria, após referir-se ao papel da
ciência e da filosofia, que “(...) somente a fé, com seus estatutos de perfeição
íntima, consegue preparar nosso Espírito imperecível para a ascensão à gloria
universal.”
Convido o leitor a pensar no trecho transcrito, por item:
a) Estatutos de perfeição íntima – Imaginemos o alcance da expressão. Estatutos
lembram ordenação, direcionamento, acordo a ser cumprido para atingir-se
determinado objetivo. É o papel da fé. Seus capítulos estabelecem a conquista da
perfeição – ainda que relativa – intelecto-moral do ser humano. Conquista que só
será alcançada mediante disciplina e observação dos códigos compreendidos e
vividos;
b) Espírito imperecível – Aqui nem é preciso alongar-se. Nossa condição imortal
por si só já explica o sentido. Essa condição inerente às criaturas de Deus
indicam a perenidade da vida, suas lutas e suas conquistas;
c) Ascensão à glória universal – Que agradável e confortador ler a afirmativa.
Somos destinados à felicidade decorrente da perfeição, ainda que relativa,
repita-se. Perfeição que tem significado de glória ou conquista de
extraordinárias qualidades, capacitando o espírito para viver a felicidade
operosa como co-Criador, já liberto das amarras da imperfeição. Felicidade plena
e especialmente operosa em favor do bem.
Tudo isso é muito confortador e convida-nos ao esforço constante pela
valorização da religião – não importa qual, mas sim aquela que nos faz melhores
– levando-a ao coração de nossos filhos, cultivando-a em nós mesmos, para viver
o verdadeiro sentido da Religião, que é a conexão com Deus, fazendo-nos
melhores.
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor
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