Os Mais Perigosos Espíritos, por Orson Carrara
Eles Não Sabem
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Sim, realmente eles não sabem. E muita gente, inclusive médiuns e dirigentes
despreparados sem conhecimento, também se enquadram nessa situação de não saber.
O fato de um espírito estar desencarnado não significa, em absoluto, que ele tem
conhecimento de tudo. Muitos espíritos ignoram inclusive que já partiram desta
vida material. Portanto, as comunicações vindas do plano espiritual via médiuns
devem passar pelo crivo da razão e do bom senso antes de serem aceitas como
verdade ou para serem divulgadas.
Isso também porque os médiuns igualmente podem estar iludidos e também fraudar.
O espírito pode estar equivocado, o médium pode se enganar ou enganar
propositalmente para impressionar e ambos podem criar uma situação
constrangedora dentro de uma falsidade construída.
Espírito não sabe tudo, não tem informação à queima-roupa. E Espírito evoluído
não fica respondendo perguntas fúteis. Perguntas frívolas são respondidas por
espíritos frívolos e nem um pouco comprometidos com o bem das pessoas. E na
mesma situação se encontram muitos médiuns, interessados em fraudar para
impressionar ou conquistar autopromoção. E, infelizmente, isso também acontece
com presidentes ou dirigentes de supostos centros espíritas que se colocam na
condição de resolver todos os casos, num pedestal de vaidade e falsa humildade,
colocando-se como pretensos orientadores, esquecidos que todos precisamos sim de
orientação, que pode ser conquistada no estudo continuado e perseverante dos
postulados espíritas, para não ficarmos por aí inventando à moda da casa.
Cuidado, pois, como informações vindas de médiuns. Especialmente aquelas que
fazem revelações bombásticas, que fixam datas, que preveem futuro ou citam
acompanhamentos sombrios ou indesejáveis, ou mesmo revelam o passado. Cuidado!
Muito cuidado. Os bons e sábios espíritos são discretos e jamais semeiam medo,
censura, críticas ou se colocam como reveladores. Eles, os autênticos
benfeitores, respeitam a vida e a liberdade das pessoas e jamais surgem como
amedrontadores ou ameaçadores nas situações do cotidiano, jamais semeiam
dúvidas. Não fazem prognósticos nem ficam atendendo desejos de curiosidades, não
ordenam diretrizes, mas sim respeitam nossa liberdade de ação.
Eles se comunicam? Claro que sim, mas são sempre discretos, não se preocupam com
nomes e nas orientações que fazem, são sutis, sem alarde. Até porque as
orientações estão fartas nos livros e pequenas mensagens avulsas, sempre à
disposição.
Não precisamos ficar consultando espíritos a toda hora. Eles têm mais o que
fazer, e nós já sabemos quais os caminhos do equilíbrio. Basta confiarmos em
Deus e agirmos no bem, até porque não existe nenhuma pessoa que esteja
desemparada. Todos somos muito amparados pela bondade anônima desses amigos
espirituais.
Existem, é claro, espíritos com muito conhecimento, bondade e sabedoria, mas não
ficam à nossa mercê, atendendo a toda hora nossos caprichos e indicando
mediocridades ou disputando destaques. Não! Eles atuam de maneira contínua,
serena, equilibrada, e trabalham muito, sempre a nosso favor. Estão sempre a nos
ajudar e não precisam ficar se comunicando a todo instante para dizer que ali
estão ou despertando curiosidades vazias.
Cuidado, muito cuidado, pois, com comunicações espirituais. Prudência e análise
com as comunicações que vierem. Previsão de datas, indicação alarmante de
acontecimentos, indicação de perseguições espirituais, semeaduras de medo e
pavor, pedidos esdrúxulos e solicitações que não atendam ao mínimo de bom senso
e razão (já imaginou o que cabe nessa expressão?), esqueça! Isso provém de
mentes manipuladoras, inferiores, com intenções menos dignas. O que igualmente
se aplica a médiuns e pretensos dirigentes, que, levianamente, se utilizam do
adjetivo espírita em suas tarefas, sabe-se lá com quais objetivos.
Para saber o que seguir ou em quem confiar, analise antes se o bem é o que
prevalece, ou se há outros interesses. Em havendo, esqueça! Mas para isso,
estude o Espiritismo, você estará equipado para não se deixar enganar.
Para entender bem tudo isso, busque o capítulo 20 – Influência moral do médium –
de O Livro dos Médiuns, de preciosas orientações. Dentre elas, essa preciosa
pérola do item 230 no mesmo capítulo: “(...) vale mais repelir dez verdades do
que admitir uma só mentira. (...)”.
Somos todos aprendizes, todos com parcelas bem miúdas da verdade, necessitados
de humildade e respeito uns aos outros. Inclusive médiuns e espíritos, todos
filhos de Deus no gigantesco processo de aprendizado e amadurecimento adquiridos
nas experiências de vida.
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor
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