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Alguns afirmam que professor é tarefa que está em declínio, considerando-se os baixos salários da classe.

Outros apontam que professores dedicados, atenciosos, daqueles que abraçam a profissão por legítima vocação, estão em extinção. Sempre viável se reproduzir alguns fatos, que nos dizem que há muito amor circulando pelas escolas.

Um rapaz encontrou seu antigo professor e lhe perguntou: Oi, professor, lembra de mim?

Como muitos de nós, que não arquivamos na memória registros fotográficos, respondeu o profissional não se recordar dele, em absoluto.

Mas lhe perguntou: O que anda fazendo?

A resposta foi rápida: Sou professor. Abracei o magistério por sua causa.

A surpresa do professor foi grande. Não somente não se lembrava daquele aluno quanto nem remotamente, podia imaginar o que fizera que pudesse ter estimulado o jovem daquela maneira.

E o rapaz contou: Um dia, um amigo meu, estudante da mesma classe, apareceu com um relógio novo, lindo.

Era um modelo caro e, de imediato, o desejei para mim.

Num momento de distração do colega, eu o apanhei e coloquei em meu bolso.

Quando ele percebeu o furto, reclamou junto ao senhor.

Alto e claro, o senhor deu a ordem para que o relógio fosse devolvido ao seu dono. Ninguém se mexeu. Olharam uns para os outros, como eu mesmo fiz, para disfarçar.

Então, o senhor foi até a porta e a trancou. Pediu que todos ficássemos em pé e fechássemos os olhos.

Lentamente, foi de um para outro aluno, revistando os bolsos. Achou o relógio no meu, mas continuou passando revista até o último da classe.

Quando terminou, declarou que o relógio fora encontrado. Todos abrimos os olhos.

Não houve nenhuma acusação, nenhuma advertência. Nunca tornou a mencionar o episódio, não declarou para a turma curiosa quem tinha cometido o furto.

Naquele dia, o senhor salvou a minha dignidade. Foi o dia mais vergonhoso da minha vida.

Fiquei esperando que, em algum momento, me chamasse em particular, para me falar sobre honestidade, moral. Nada.

Então, eu entendi o que era um verdadeiro educador. E desejei, ardentemente, ser assim.

Ajudar, talvez, em algum momento, um menino indisciplinado, perdido em si mesmo.

Por fim, concluiu o moço: Acho estranho que o senhor não lembre disso. Não marcou a minha fisionomia?

E o professor, sereno, respondeu: Desculpe. Eu lembro do relógio furtado, de eu ter revistado toda a turma.

Mas, de verdade, não lembro de você por causa de um detalhe: quando fui fazer a revista, eu fui tateando, no escuro, porque eu também fechei os olhos.

Que lição! Quantos de nós precisamos seguir esse exemplo. Porque temos muita pressa e quase prazer em apontar as faltas alheias.

No entanto, a ação cristã nos diz que as faltas do próximo somente devem ser divulgadas quando objetivem o bem das pessoas.

Como um exemplo desses impressiona e marca, de forma positiva, uma vida.

Como precisamos, nos dias atuais, desse comportamento. Desse se importar com a imagem do outro, que, em momento de invigilância, cometeu um erro, uma falha.

E precisa da nossa compaixão, sobretudo, de uma segunda chance.

Pensemos a respeito.

Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base em narrativa de autoria ignorada. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5891&stat=0


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