Ensinar, por Espíritos Diversos
O Momento do País e as Eleições
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A propósito do momento grave do país e as eleições, permito trazer ao leitor
algumas considerações:
a) Vivemos um processo de guerra. Não de armas, mas de ideias, de justas
discordâncias e questionamentos oportunos. Objetivo final é a liberdade e o
progresso, não há dúvidas, em toda expansão que as duas palavras permitem e
alcançam;
b) Se pensarmos bem, cada um de nós traz consigo uma tarefa comum:
instruirmo-nos mutuamente, ajudar no progresso coletivo e melhorar nossas
variadas instituições;
c) A liberdade é o direito de proceder conforme nos pareça adequado com a
ressalva de que esse direito não vá contra o direito alheio; também é a condição
humana necessária para cada um construir seu destino, individual ou
coletivamente;
d) O progresso, por sua vez, é o desenvolvimento, o movimento progressivo da
civilização ou a marcha e movimento para diante, ou ainda a caminhada para um
estado de coisas cada vez mais de acordo com a justiça e a razão. Ele também
pode ser classificado como a aplicação das leis que realizem a maior soma de
ordem, bem-estar, liberdade e fraternidade; podemos até definí-lo ainda como a
extensão da liberdade.
e) Para sermos verdadeiramente coerentes, no uso do inevitável progresso, é
preciso nos libertarmos da escravidão da ignorância e das baixas paixões ou
apetites vulgares, educando-nos moralmente com a aquisição de virtudes ou
aprimorando-as.
Essas considerações nos fazem pensar no momento histórico do país, face à
corrupção a abusos morais de toda ordem num país de extensão continental, com um
povo aberto e fraterno, solidário. O nível de amadurecimento da mentalidade
humana já não aceita mais – e nem combina – a corrupção, a desonestidade, a
omissão ou os desvios morais de toda ordem. Vivemos um novo tempo, de progresso
e liberdade.
Afinal, desde que haja duas pessoas juntas, ambos têm direitos a respeitar e já
não possuem liberdade absoluta. Por outro lado, sempre temos, individual ou
coletivamente, o poder da escolha e somos sempre senhores da capacidade de ceder
ou resistir às tentações de toda ordem e às paixões que desequilibram a
individualidade ou a própria sociedade.
E há que se considerar que o dever – definido pelo dicionário como aquilo que
precisa ser feito – convida-nos ao bem e ao progresso e esta atitude de agir e
não permanecer na indiferença ou na omissão pode evitar o mal decorrente do não
comprometimento com as boas causas – único objetivo da vida –, sobretudo aquele
que poderia contribuir para um mal maior em prejuízos mais abrangentes para a
coletividade.
O excesso do mal em andamento – em todos os sentidos, desde a corrupção, à
violência ou omissão de governos e governados – faz compreender a necessidade do
bem e das reformas nas leis, nos hábitos, nos costumes.
Vamos percebendo com clareza que os maiores obstáculos ao progresso e, por
consequência, da liberdade humana, são o orgulho e o egoísmo. Note-se a
definição de ambos para constatar essa afirmação: a) orgulho: manifestação de
alto apreço ou conceito que alguém se tem;
b) amor exclusivo a si mesmo e aos interesses próprios, em detrimento aos
interesses alheios.
Já é tempo de despertar. O voto deve ser no interesse da coletividade, não no
interesse pessoal. Quando vamos efetivamente aprender isso? Se votamos por
interesse, estamos agindo contra a harmonia que deve reger a vida. Como nos
dividir por partidos ou pessoas, quando o interesse maior é coletivo? As
tragédias atuais do Brasil são frutos de nossa omissão, de nossa indiferença, de
nossa falta de patriotismo, de civismo, da ausência de noção da cidadania, e
total desrespeito pela solidariedade. Os interesses egoísticos ainda nos
orientam, daí o sofrido quadro do país.
Será de muita oportunidade ler novamente a letra do Hino Nacional, e cantá-lo,
claro. A letra é inspiradíssima nesse ideal de paz e fraternidade que desejamos
construir para o país. Inclusive destacando o respeito que devemo-nos uns aos
outros. Estejamos nós como governados ou governantes. Não importa. Somos os
mesmos seres humanos, necessitados todos da consciência de agir com bondade e
justiça.
Tais considerações, de precisão cirúrgica para o atual momento do Brasil, estão
baseadas em O Livro dos Espíritos, especialmente nos capítulos Lei de Liberdade
e Lei do Progresso e também em Léon Denis. Impressionante a precisão, clareza e
atualidade das questões desses dois importantes capítulos da obra básica.
Fizemos pequena adaptação das respostas dos espíritos para compor a presente
abordagem, mas a fonte das ideias lá está, clara e disponível para todos.
A escolha e voto de nosso candidato deve ser consciente, no interesse da Pátria,
nunca por paixão ou no interesse pessoal.
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor.
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