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Sofres, porque se sucedem os dias da tua existência física sem que alcances o patamar da plenitude que almejaste por todo o tempo.

Estabeleceste que assim se daria com a posse e a conquista de recursos variados que apaziguassem as ânsias da mente ambiciosa, bem como as necessidades do sentimento, por meio do coração.

Examinas as conquistas de que dispões e a melancolia, defluente do quase vazio existencial, apresenta-se na condição de indumentária asfixiante das emoções.

Não te podes apartar da tristeza, que sempre te acompanha os passos e balbucia melancólicas mensagens ao teu sentimento.

As pequenas alegrias decorrentes das expectativas tisnam a limpidez do teu sorriso e lágrimas aljofram nas comportas dos olhos, como pequenos fios líquidos de dor, que não cessam de escorrer.

Gostarias, sim, de amar e de ser amado.

Vês o mundo risonho, os parceiros joviais e encantadores, uns em alacridade incomum, outros em festivais de emoções e alguns tristes, distanciados do fenômeno da ilusão, muitos amargurados e cheios de tormentos.

Existe a ebriez do sentimento e a das paixões, mescladas com tormentos que desconheces.

É necessário discernimento para compreender as ocorrências humanas e, por melhor que seja, não logra alcançar a profundeza da realidade. Cada ser é especial, com experiência muito pessoal, diversa de todas as demais existentes, embora a aparência que venha a existir.

Inicialmente, porque nem tudo que se deseja na Terra se consegue alcançar, conforme as aspirações mantidas. Tem-se o que é necessário, mas nunca falta a ambição pelo excesso, especialmente quando não é aplicado em favor do Bem.

Há, também, imensa mole humana que padece escassez de tal natureza, que morrem, muitos de fome e abandono.

Também existem aqueles que se deixam arrastar pelos acontecimentos, como se deles não participassem.

Reflexiona, em tua solidão, que as estradas libertadoras, as que conduzem ao paraíso - as da Úmbria e do Calvário -, somente podem ser percorridas com êxito em solidão. Aqueles que tiveram a coragem de seguir os que as iniciaram, entregaram-se à renúncia e à soledade, não olhando para trás, nem se permitindo os sonhos defluentes das aspirações infantis e dos ricos de ilusórios.

O roteiro solitário é feito sobre espinhos e abrolhos, que a imaginação transforma em pétalas de rosas e tapetes macios.

Anelavas por companhia amorosa e sonhas com sorrisos de júbilos a ti dirigidos.

Mantém a esperança e aguarda, porque tudo é efêmero no mundo, incluindo o corpo, e nada pertence a ninguém, inclusive a roupagem carnal que usa.

Sorri para as dificuldades que te ferem, trabalhando em favor do teu amanhã risonho.

Sim, é provação que carpes, que solicitaste antes do renascimento atual, a fim de dares conta das atividades que deverias abraçar durante a jornada terrestre.

Há muita diversão na Terra, atraente e perturbadora.

Fascinam as cenas do prazer e encantam as paisagens do delírio.

Redescobre a beleza imortal, a realidade legítima que constituem patrimônio da vida.

Mergulha a tua decepção nas águas correntes da esperança de que amando, mesmo sem receberes resposta, enriquecerás as emoções com beleza e cor.

O que a vida te nega hoje é provável que te doe amanhã. Tudo pode acontecer, caso não desistas de perseverar, de agir corretamente.

Continua amável e afetuoso, especialmente em relação a outros infelizes que ignoram a tua aflição e até mesmo te invejam a jornada, que supõem recoberta de facilidades e sorrisos.

Quanto consigas em resistência moral, sorri, escondendo a tua melancolia e solidão nas divinas asas da prece que elevarás a Deus.

Se não possuis o que queres, agradece o que está ao teu alcance.

Milhões de criaturas gostariam de estar em teu lugar, que trocarias pelo que alguns deles são possuidores.

Assim, valoriza a tua dor, abençoando os outros com bondade e ternura, sem que reveles as angústias que te assaltam.

Podes fazer ditosos outros que se escondem nos conflitos, que te invejam porque desconhecem o ferro em brasa que te queima e requeima as aspirações e as emoções.

Caso conseguisses o que almejas, por certo te faltariam outros recursos que te dão beleza e sabedoria.

Vive, pois, os teus dias com paciência e sem expectativas humanas.

Deixa que a paz e o consolo de Jesus te penetrem o coração e aí repousem, contribuindo para a tua tranquilidade.

Descansa da ilusão que decepciona e aceita os acontecimentos que te maceram como sendo respostas de Deus às tuas solicitações.

Estrada acima está o Calvário.

Sê firme e confiante.

Acostumado à dor, tua libertação será gloriosa e plena, porque Jesus te receberá diluindo todo o sofrimento que vens vivenciando.

Alegra-te, portanto, com o teu testemunho silencioso de amor, e cresce no rumo da tua real felicidade.


Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 12 de outubro de 2016, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=459


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