Maria, por Auta de Souza
A Beleza
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A beleza é um dos atributos divinos. Deus colocou nos seres e
nas coisas esse misterioso encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche
a alma de admiração.
A arte é a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza eterna, da qual aqui na
Terra não percebemos senão um reflexo. Para contemplá-la em todo o seu
esplendor, em todo o seu poder, é preciso subir de grau em grau em direção à
fonte da qual ela emana, e esta é uma tarefa difícil para a maioria de nós. Ao
menos podemos conhecê-la através do espetáculo que o universo oferece aos nossos
sentidos, e também através das obras que ela inspira aos homens de talento.
O espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas, horizontes sem limites.
A comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as
informações fornecidas sobre as condições da vida no Além, a revelação que ele
nos traz das leis superiores de harmonia e de beleza que regem o universo, vêm
oferecer a nossos pensadores, a nossos artistas, inesgotáveis temas de
inspiração.
A observação dos fenômenos de aparição proporciona a nossos pintores imagens da
vida fluídica, das quais James Tissot já pôde tirar proveito nas ilustrações de
sua Vie de Jésus (Vida de Jesus). Oradores, escritores, poetas, encontrarão
nesses fenômenos uma fonte fecunda de idéias e de sentimentos. O conhecimento
das vidas sucessivas do ser, sua ascensão dolorosa através dos séculos, o
ensinamento dos espíritos a respeito dessa grandiosa questão do destino,
lançarão, em toda a história, uma inesperada luz, e fornecerão ainda aos
romancistas, aos poetas, temas de drama, móbeis de elevação, todo um conjunto de
recursos intelectuais que ultrapassarão em riqueza tudo o que o pensamento já
pôde conhecer até o momento.
Quando refletimos a respeito de tudo o que o espiritismo traz à humanidade,
quando meditamos nos tesouros de consolação e de esperança, na mina inesgotável
de arte e de beleza que ele lhe vem oferecer, sentimo-nos cheios de piedade
pelos homens ignorantes e pérfidos cujas malévolas críticas não tem outra
finalidade senão tirar o crédito, ridicularizar e até mesmo sufocar a idéia
nascente cujos benefícios já são tão sensíveis. Evidentemente essa idéia, em sua
aplicação, necessita de um exame, de um controle rigoroso, mas a beleza que dela
se desprende revela-se deslumbrante a todo pesquisador parcial'>imparcial, a todo
observador atento.
O materialismo, com sua insensibilidade, havia esterilizado a arte. Esta
arrastava-se na estreiteza do realismo sem poder elevar-se ao máximo da beleza
ideal. O espiritismo vem dar-lhe novo curso, um impulso mais vivo em direção às
alturas, onde ela encontra a fonte fecunda das inspirações e a sublimidade do
gênio.
Por: Leon Denis, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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