Ensinar, por Espíritos Diversos
A Porta Aberta
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Foi na Escócia, em Glasgow, que esta história aconteceu. A adolescente tinha
problemas em casa, vivendo revoltada com os limites impostos por seus pais. Ela
queria liberdade plena.
Seus pais lhe ensinaram a respeito de Deus e de Suas Leis justas e imutáveis. Um
dia, ela declarou: Não quero seu Deus. Desisto, vou embora.
Saiu de casa, alcançou os jardins do mundo e almejou ser uma mulher que pudesse
fazer o que desejasse. Logo descobriu que não era tão fácil viver sozinha, tendo
que arcar com sua própria subsistência.
O alimento, as roupas, um lugar para viver. Tudo era extremamente caro. Incapaz
de conseguir um trabalho, frágil e só, ela acabou por se prostituir para
simplesmente sobreviver.
Os anos se passaram. Seu pai morreu. Sua mãe envelheceu. E ela nunca mais tentou
qualquer contato com os seus.
Certo dia, a mãe ouviu falar do paradeiro da filha. Foi até o local de
prostituição da cidade, tentando resgatá-la, mas não a encontrou.
No caminho de volta, tomou uma resolução. Parou em cada uma das igrejas e
templos e pediu licença para deixar ali uma foto sua.
Era uma foto daquela mãe grisalha e sorridente, com uma mensagem manuscrita: Eu
ainda amo você. Volte para casa.
Os meses se passaram. Nada aconteceu. Então, um dia, a jovem foi a um local onde
se distribuía sopa para os carentes. Sentou-se, enquanto alguém fazia uma
palestra sobre aquelas coisas que ela ouvira durante toda sua infância.
Em dado momento, seu olhar se voltou para o lado e viu o quadro de avisos.
Pareceu reconhecer aquela foto.
Seria possível?
Não se conteve. Levantou-se e leu a mensagem: Eu ainda amo você. Volte para
casa.
Reconheceu sua mãe no retrato. Era bom demais para ser verdade.
Ela desejara tantas vezes voltar, mas temia não ser recebida. Afinal, ela se
transformara numa vergonha para os seus pais. Era uma mulher perdida. Objeto de
tantos homens.
Era noite mas, tocada por aquelas palavras, foi caminhando até sua casa.
Amanhecia o dia, quando chegou. O sol se espreguiçava em sua cama de nuvens e
seus raios escorriam, radiantes, inundando a Terra de pequeninos pontos de luz.
Ela se aproximou, tímida. Não sabia bem o que fazer. Bateu à porta e ela se
abriu sozinha. Sobressaltou-se.
Alguém arrombara a casa, pensou. Preocupada com sua mãe, correu para o quarto e
viu sua mãe dormindo.
Acordou-a, chamando-a: Mãe, sou eu. Voltei para casa.
A idosa senhora mal podia acreditar. Abraçou-se à filha, em lágrimas.
Fiquei tão preocupada, mãe. A porta estava aberta. Pensei que alguém tinha
entrado e a tivesse ferido.
Enquanto passava as mãos, docemente, pelos cabelos da filha, falou a mãe: Filha
querida. Desde o dia em que você se foi, a porta nunca mais foi fechada.
Alguém escreveu certa vez ao seu filho: Quando você era pequeno e bastava
estender a mão para tocá-lo, eu usava cobertores para protegê-lo do frio da
noite.
Mas agora que você cresceu e está fora do alcance, junto minhas mãos e cubro
você com minhas orações.
De todos os amores, o mais próximo de Deus é, possivelmente, o amor de mãe, pois
ele sempre está pronto para estender as mãos e erguer o filho tombado, não
importa se no abismo da desonra, no pântano da indignidade ou na noite das
incertezas.
Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base no cap. A porta aberta, de Robert Strand, do livro Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, ed. Sextante. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4276&stat=0
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