Trovas de Todos, por Cornélio Pires
Despertamento para a Verdade
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Ilude-se, todo aquele que supõe que o encontro com a Verdade irá impedir-lhe a ocorrência de problemas e de desafios existenciais na jornada de evolução.
Engana-se, quem pretende viver experiências elevadas sem as lutas do quotidiano, em razão da sua vinculação com o espírito da Verdade.
Desperdiça o tempo, o indivíduo que acredita estar livre do sofrimento, somente porque se voltou para as lições libertadoras da Verdade.
Equivoca-se, a pessoa que, abraçando a Verdade, espera desfrutar de privilégios e prazeres contínuos.
Defrauda a consciência, o pretendente a uma vida de exceção, longe da dor, das provas necessárias, somente porque aderiu à Verdade.
Mente, para si mesmo, aquele que espera uma existência pacata, rica de experiências espirituais, sem os choques do mundo, agora, quando se encontrou com a Verdade.
Não existe um exemplo de alguém que haja despertado para a Verdade, que tenha modificada a trajetória da reencarnação, passando a gozar de dádivas especiais que o tomariam um eleito.
Pelo contrário, a Verdade induz à maturidade espiritual, à libertação da ignorância em tomo da vida, demonstrando que se está na Terra, num mundo transitório, momentâneo, programado para o retomo ao Grande Lar, após vencidas as etapas de progresso que lhe são necessárias durante o trajeto físico.
O conhecimento da Verdade dilata os horizontes do entendimento intelectual e racional do Espírito, a fim de que possa aplicar ao dever essencial, ao invés de deter-se nas banalidades que procura transformar em fundamentais à felicidade.
Ao mesmo tempo, convoca a mente à introspecção, à viagem silenciosa que leva ao autodescobrimento, de maneira a selecionar o que é fundamental e o que é secundário durante o périplo carnal.
Identificados os valores legítimos oferecidos pela reencarnação, entrega-se à reconstrução moral no campo das idéias, facultando melhor direcionamento dos esforços pessoais em favor do crescimento interior, com a mente inçada de esperanças e de bem-estar.
Uma incomparável alegria apossa-se-lhe do comportamento, alterando-o expressivamente, por facultar o aproveitamento do tempo para a vinculação com Deus através da Sua manifestação em todas as coisas.
Aberturas emocionais para o amor, para a fratemidade, para a compaixão, para a caridade ensejam-Ihe um intercâmbio contínuo com as Forças do Bem, que alimentam o ser e dele retiram energias que são aplicadas em favor dos menos aquinhoados.
Uma alteração real de objetivos alerta para a vivência contínua das emoções superiores.
A resignação ante os acontecimentos menos ditosos, os insucessos materiais, as enfermidades, as agressões e combates inevitáveis, transforma-se em recurso prodigioso para dar continuidade aos projetos evolutivos na direção da meta libertadora.
À medida que o ser se eleva, mais fácil apresenta-se-Ihe a faculdade de entender a vida e suas ocorrências, dando-lhe motivações para empreendimentos contínuos de paz e de construção da solidariedade.
Não espera que o mundo mude, antes muda em relação ao mundo, tomando-se um ponto de referência para outras futuras transformações que ocorrerão em favor da renovação da sociedade.
Já não mais escraviza-se a pessoas e a coisas por sabê-Ias todas efêmeras no curso infinito do progresso. Ama-as, porém, livre de dependência de qualquer espécie, por cuja forma não se detém na marcha, avançando sempre.
Compreende que nem todos, no momento, podem seguir-lhe os passos, o que não o aflige, nem o desestimula, porquanto reconhece a existência de níveis variados de consciências, continuando nos propósitos estabelecidos.
Vitimado por circunstâncias decorrentes dos atos infelizes do pretérito espiritual, enfrenta a situação com coragem, diluindo os efeitos com os métodos ao alcance, evitando novos comprometimentos que o afligirão no porvir.
Perseguido pela insensatez que campeia a soldo da comodidade em toda parte, sorri e continua, não se detendo a explicar a conduta, nem a debater a respeito da decisão de integrar-se no conceito da Verdade, vivendo-a, desde já, sem alarde, nem imposição de qualquer natureza.
Honestamente, é fiel a si mesmo e a Deus, que o atrai com a irresistível energia do amor, passando a nutrir-se desse pão de vida, sem a preocupação de justificar-se ou de arrebanhar adeptos para o seu desiderato.
Muitas vezes, a sós, está sempre com Deus, ou Deus está com ele, não se importando com o abandono a que se veja entregue por familiares, amigos ou correligionários.
Não se aflige hoje, ante a impossibilidade de conseguir a realização dos seus objetivos. Sabe que o importante é iniciar a busca, prosseguindo sem pressa, nem detença.
Nele fulgura a luz da paz, que o tranqüiliza, facultando-lhe entendimento de todos os acontecimentos.
Se a morte ameaça, prepara-se para recebê-Ia jovialmente, porque entende que ela será a sua ponte para alcançar o Outro Lado, onde espera ser feliz.
Vagarosamente e com decisão rompe o véu que o separa da Verdade, conforme acentuava São João da Cruz.
...E ocorrendo a morte, desperta em madrugada formosa para a qual se preparou durante a existência passada.
Eu sou o Caminho da Verdade e da Vida - afirmou Jesus.
A fim de ser alcançado - Deus em Plenitude - Jesus é o Caminho único, embora se multipliquem os missionários do amor, da compaixão e da sabedoria em todas as doutrinas espiritualistas, que vieram em Seu nome, a fim de preparar as criaturas para o grande encontro com o Seu coração.
Toma-O como modelo e guia, seguindo-O alegremente e a Verdade te embriagará de luz e de paz, concedendo-te Vida em abundância.
Por: Joanna de Ângelis, Psicografia do médium Divaldo P. Franco, no dia 25 de dezembro de 2004, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=73
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